Portofino traz ex-Santander (SANB11) para expandir gestão de fortunas e dobrar ativos até R$ 15 bi

A Portofino Multi Family Office contratou Eduardo Castro, principal executivo da área de gestão do Santander (SANB11), para diretor de investimentos. A empresa deu a ele uma missão, que ele abraçou: pretende avançar na expansão do negócio de gestão de fortunas, para dobrar os ativos sob gestão e chegar a R$ 15 bilhões.

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O novo CIO (Chief Information Officer) da empresa chega em um momento em que a Portofino ultrapassou os R$ 9 bilhões sob gestão, com mais de 500 clientes. Houve percalços no ano, mas a gestora não planeja tirar o pé do acelerador: manteve a meta para o fim do ano.

O executivo pertence um grupo formado pelo alto escalão de bancos brasileiros. De acordo com o diretor, a migração para a Portofino tem a ver com a disrupção pela qual passou o mercado de capitais no País, juntamente com a queda da taxa básica de juros (Selic) e o desenvolvimento de plataformas como as da XP e do BTG Pactual (BPAC11).

Mas, para atuar na empresa, o Castro manteve em mente o alinhamento de interesses. “A plataforma trouxe um desafio não resolvido: conflito de interesse. No mercado, há modelos como o de agentes autônomos e algumas assets, com receitas de corretagem, estruturação de operações, rebates”, disse. Se a garantia é dada com o dinheiro do cliente, a receita de rebate, por exemplo, também é dele.

O modelo de negócios da Portofino, baseado em gestão e performance do portfólio, e a boa relação com Adriano Cantreva, sócio da gestora, agradaram o executivo, que entra agora para o time em busca de expandir a área de investimentos. A reportagem do Suno Notícias conversou com ele para entender sua estratégia na Portofino e as perspectivas da empresa.

Portofino traz ex-Santander (SANB11) para CIO e quer dobrar de tamanho
Eduardo Castro, CIO e sócio da Portofino Multi Family Office. Foto: Divulgação

Qual será a sua estratégia de gestão da Portofino?

Produto não é fim. É meio. Não estamos aqui para vender produtos, mas para propor uma combinação e construir o melhor portfólio, baseado em teorias all weather, que no médio e longo prazo acreditamos ser adequadas ao cliente. Esses produtos unem de ativos mais conservadores, de renda fixa, até o outro extremo, de ativos ilíquidos, como fundos de private equity, venture capital e de condições especiais.

O que os clientes vêm procurar na Portofino?

Existe uma preocupação com preservação de capital. Trabalhamos com patrimônios individuais, mas também com patrimônios familiares. Todos querem proteção e alguns têm apetite para assumir um pouco de risco para ampliá-lo. Temos desde clientes extremamente conservadores até mais agressivos.

Quanto a gestora tem sob gestão?

Combinando portfólios locais e offshore, temos por volta de R$ 9 bilhões sob gestão, com cerca de 500 clientes, entre pessoas, famílias e empresas.

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Qual a meta para o fim de 2021?

Apesar das incertezas, a meta é chegar a R$ 15 bilhões sob gestão até o fim de 2021. O ano foi difícil por causa da volatilidade, mas temos muito no pipeline.

O senhor faz parte de uma geração de gestores que têm saído de grandes bancos. O que motivou a mudança?

Grandes bancos tinham uma reserva de mercado na distribuição e gestão de produtos financeiros. Com a queda das taxas de juros e a disrupção das plataformas, investidores passaram a demandar produtos de maior risco, mais sofisticados, com flexibilidade. Instituições menores mostraram-se mais ágeis e preparadas para suprir essa necessidade.

O outro lado é o alinhamento. A plataforma trouxe um desafio não resolvido: conflito de interesse. No mercado, há modelos como o de agentes autônomos e algumas assets, com receitas de corretagem, estruturação de operações, rebates.  Quando entramos em uma operação e garantimos ao originador a entrada com X milhões, não é capital próprio, mas do cliente. Se compramos um fundo de taxa 2% com 20% e negociamos um rebate — receber de volta 1% —, esse 1% também é do cliente. Esse modelo de cashback denota um desalinhamento de interesses.

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Nossa remuneração vem exclusivamente da gestão de portfólio ou de performance. Se tivesse de criar uma empresa, seria esse o modelo. Foi uma comunhão de valores e de crenças.

E em relação ao conflito de interesse no setor bancário?

Depende do modelo de negócio e do estágio em que a empresa está. Deve ser avaliado no dia a dia. A indústria bancária está evoluindo bastante, e a de investimentos ainda mais. O nível de acesso a informação é crescente. Existe uma preocupação genuína da maioria das instituições financeiras de evitar o conflito de interesse.

Como a Portofino pretende crescer no segmento, organicamente ou via aquisições?

A vantagem de uma estrutura ágil é ser agnóstico em relação a uma única estratégia. É uma combinação de crescimento orgânico, com a possibilidade, sim, de eventualmente parcerias e aquisições.

Há algo na mira da empresa?

Conversamos com o mercado e o mercado nos acessa, até pelo tamanho e pela visibilidade da Portofino no mercado de wealth. Sempre tem.

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Arthur Guimarães

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