MP vai investigar integração de Whatsapp, Facebook e Instagram
O Ministério Público do Distrito Federal abriu na última segunda (11) investigação para acompanhar o processo de integração das plataformas Messenger, Instagram e Whatsapp. A operação foi anunciada pelo CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, em 6 de março.
Segundo o CEO da rede social, em alguns anos, as futuras versões do Messenger e do Whatsapp vão se tornar o principal meio de comunicação no Facebook. “Nós estamos focados em tornar ambos os aplicativos mais rápidos, simples, privados e seguros, incluindo com uma criptografia end-to-end. Planejamos adicionar mais meios para se interagir privadamente com seus amigos, grupos e negócios”, escreveu Zuckerberg, numa carta aberta.
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Mesmo que a intenção seja permitir aos usuários de uma plataforma conseguir conversar com contatos em outra rede, a possibilidade de obtenção de dados e manipulação de um maior volume de informações acendeu o alerta nos críticos à operação. O Ministério Público pretende mirar nesse aspecto, entendendo o que ele representa para as informações dos usuários que trafegarem por essas plataformas.
O processo foi aberto pelo promotor Frederico Meinberg Ceroy, coordenador da Unidade Especial de Proteção de Dados de Inteligência Artificial (Espec) do órgão. Além de investigar a proteção de dados dos usuários, o MP vai apurar se o processo de integração está de acordo com as normas brasileiras de privacidade.
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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) também foi alertado. A preocupação, também sentida no exterior, vem de uma suposta criação de um monopólio no setor quando da unificação de três das maiores plataformas de comunicação.
Zuckerberg fez questão de rechaçar essa possibilidade ao afirmar que a comunicação privada e criptografada é o futuro e que sua empresa vai se pautar na privacidade de dados de seus usuários.
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“As pessoas querem cada vez mais se conectar privadamente no equivalente digital a uma sala de estar. Pensando no futuro da internet, eu acredito que uma plataforma de comunicação focada na privacidade se tornará ainda mais importante do que as plataformas abertas que temos hoje. A privacidade dá às pessoas a liberdade para serem elas mesmas e se conectarem mais naturalmente, é por isso que nós construímos redes sociais”, escreveu o executivo.
A nova abordagem do Facebook
A mudança no direcionamento do foco da empresa vem justamente após um ano marcado pela pressão pública, e política, a respeito da falta de transparência do Facebook.
Em março de 2016, foi revelado que dados de usuários da rede social haviam sido usados pela empresa britânica Cambridge Analytica. Essas informações pessoais serviram a análises políticas para influenciar as eleições americanas de 2016, caso que levou Zuckerberg a depor perante o Congresso dos Estados Unidos no ano passado.
No começo, estimava-se que se tratava de um vazamento de dados de 50 milhões de pessoas – número que foi corrigido pela própria empresa para 87 milhões de contas atingidas.
A companhia de Mark Zuckerberg enfrenta uma série de escândalos de privacidade, que se somam à controvérsia que rodeia a rede social pela fácil veiculação e compartilhamento de mentiras e desinformação na rede. Durante as mesmas eleições de 2016, o Facebook estimou que cerca de 10 milhões de pessoas estiveram expostas aos mais de 3 mil anúncios pagos por contas falsas supostamente ligadas à Rússia.