Ibovespa abre em alta, mas elétricas recuam em bloco; CPFL Energia (CPFE3) cai 2%
Com novas notícias sobre os próximos movimentos sobre a inflação e boas perspectivas para bancos e petroleiras do índice, o Ibovespa abre o pregão desta sexta-feira (27) em alta de 0,83% aos 119.704 pontos. A escalada ocorre mesmo com o agravamento da crise hídrica e com a queda generalizada das companhias elétricas.
O Simpósio de Jackson Hole, que começou ontem, ainda deve manter influência no Ibovespa hoje, já que às 11h fala o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.
A grande discussão é se a autoridade monetária deve iniciar o tapering e a retirada de estímulos monetários, considerando que a dúvida dos mercados é acerca da temporalidade da inflação (que pode ser permanente ou transitória).
“Nossa área macro avalia que a autoridade alinhará o discurso com seus membros e, de maneira suave, dirá que a redução dos estímulos começará a ser conversada, com a potencial efetivação apenas após 1 ou duas reuniões. Com isso, o tempo hábil para iniciar a remoção dos estímulos ficará apenas para 2022. Além disso, preços do petróleo começaram a reagir a previsão de um potencial furacão no Golfo do México para este fim de semana”, analisa a Ativa Investimentos.
Até então, somente algumas nações subiram seus juros após as baixas históricas vistas durante a pandemia – como é o caso do Brasil, que deve fechar o ano em 7,5% de Selic. Além disso, vale lembrar, ainda ontem a Coreia do Sul elevou seus juros.
A bolsa de valores hoje digere, também, os dados desta semana, que indicaram uma inflação acima do esperado, com a maior alta do IPCA-15 para um mês de julho desde 2002 – em 0,89% ante expectativas de 0,82%.
O dólar abre o dia em queda de 0,11%, sendo negociado a R$ 5,250 em meio a um arrefecimento da tensão política em Brasília – que conta com uma crise institucional entre os poderes e especulações sobre a responsabilidade fiscal do Governo Federal ante a agenda de reformas.
Notícias que vão movimentar o Ibovespa hoje
- Minerva avança em compras na Austrália
- Usiminas anuncia proventos
- CPFL puxa queda das elétricas
Minerva compra dois frigoríficos
Conforme divulgado na noite de quinta (26), a Minerva (BEEF3) celebrou as duas primeiras iniciativas de investimento no mercado da Austrália, com a aquisição da Sharke Lake e Great Eastern Abattoir, frigoríficos especializados em ovinos.
Os investimentos do frigorífico, contudo, devem ser realizados por meio de uma joint venture entre a Minerva e a Salic. A empresa conjunta está em fase final de constituição e a Minerva contará com 65% de participação, enquanto a Salic será dona de 35%. A companhia lembra que a Austrália é a maior exportadora de ovinos processados do mundo.
“Essa iniciativa segue alinhada com o direcionamento estratégico da Minerva Foods, e complementa de maneira singular nossas operações na América do Sul, maximizando as oportunidades comerciais e sinergias operacionais, reduzindo os riscos e contribuindo para nossa estratégia de consolidação no mercado de exportação de proteína animal, sempre respeitando o nosso compromisso com a disciplina financeira”, diz a Minerva, em seu fato relevante.
A estimativa da companhia é de faturar US$ 1 bilhão com a operação, podendo realizar o abatimento de mais de 1 milhão de cordeiros ao ano com a aquisição – o que deve representar US$ 250 milhões de receita.
Com essa aquisição recente, as ações da Minerva sobem 1,57% na cotação do Ibovespa, ficando entre as 10 maiores altas do índice.
Usiminas pagará dividendos e JCP
Também com informe feito na quinta (26), a Usiminas (USIM5) fará a distribuição de R$ 1.211.212.686,47 em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP).
Desse montante, R$ 829.882.843,67 serão distribuídos a quem possui ações da Usiminas na forma de dividendos e JCP, tendo como base o lucro apurado no primeiro semestre desse ano. O valor equivale a pouco mais de R$ 0,64662 por ação ordinária da Usiminas e R$ 0,71128 por papel preferencial.
Já o valor total bruto a ser distribuído como juros sobre capital próprio é de R$ 448.623.344,47, mas com a retenção do imposto de renda a alíquota de 15%, o valor líquido cai para R$ 381.329.842,80.
O valor líquido pago por cada ação da Usiminas equivale a pouco mais de R$ 0,29712 por ação ordinária e R$ 0,32683 por papel preferencial.
Tanto os JCP quanto os dividendos da Usiminas serão pagos no dia 5 de outubro, e os investidores que receberão os proventos são aqueles com ações da companhia ao final do pregão do dia 31 de agosto desse ano.
Com a notícia, a companhia encabeça as altas do Ibovespa nesta sexta, subindo 5,31% na abertura de mercado.
CPFL encabeça quedas
Seguindo a tendência do dia anterior, o índice de energia elétrica da bolsa, o IEEX, apresenta queda de 0,5% pela manhã, com somente três companhias apresentado valorização. Na ponta vermelha, a CPFL Energia (CPFE3) puxas as baixas, em desvalorização de 2,08%.
Além disso, dentro do Ibovespa, quatro das cinco maiores quedas da abertura são de companhias do setor.
Isso se deve pelas preocupações com a crise hídrica, que se agravam a cada semana, e com a já citada inflação, que segue em escalada e possui forte influência do aumento de preços das contas de luz.
No dia de ontem, esses dois fatores já causaram avanço da curva de juros futuros, e fizeram a Taesa (TAEE11) cair 3,71%, atingindo R$ 38,14. Atualmente, a companhia ainda segue na mesma faixa de preço, com estabilidade do índice.
Destaques do Ibovespa
As principais altas no Ibovespa, por volta das 10h30 são:
- Usiminas (USIM5): +5,31%
- PetroRio (PRIO3): +4,82%
- Banco Inter (BIDI11): +4,35%
- Locamerica (LCAM3): +1,85%
- CSN (CSNA3): +1,59%
No mesmo horário, as principais quedas no Ibovespa eram:
- CPFL Energia (CPFE3): -2,08%
- Energisa (ENGI11): -1,77%
- Equatorial (EQTL3): -1,61%
- Cemig (CMIG4): -1,54%
- Copel (CPLE6): -1,23%
Principais índices
Bolsas mundiais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do índice Ibovespa:
- Nova York (S&P 500) futuro: +0,21%
- Nova York Dow Jones (DJIA) futuro: +0,18%
- Londres (FTSE 100): -0,09%
- Frankfurt (DAX 30): -0,01%
- Paris (CAC 40): -0,09%
- Milão (FTSE/MIB): +0,11%
- Hong Kong (Hang Seng): -0,03% (fechada)
- Xangai (SSE Composite): +0,59% (fechada)
- Tóquio (Nikkei 225): -0,36% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
Com clima de tensão no exterior, o Ibovespa fechou o pregão de quinta (26) caindo 1,73%, a 118.723 pontos