Petrobras (PETR4): venda de ativos chega a R$ 231 bi entre 2015 e 2021
A Petrobras (PETR4) contabiliza um saldo de R$ 231 bi com a venda de seus ativos, no período de seis anos — entre janeiro de 2015 e julho de 2021.
A conta é do Privatômetro do Observatório Social da Petrobras (OSP), um instrumento que funciona como uma espécie de raio X das privatizações da companhia e que relaciona a venda de ativos da estatal.
“Os dados foram atualizados após divulgação do balanço trimestral da companhia, no dia 4 de agosto. Os valores em reais já estão deflacionados para o mês de junho, convertidos do dólar, a partir do câmbio de cada ano analisado”, informou o OSP.
Desde o lançamento do Privatômetro, em junho, cujos valores financeiros foram baseados no relatório da Petrobras do 1º trimestre de 2021, a atual direção da companhia se desfez de mais sete ativos, totalizando R$ 15,54 bilhões.
Maior negociação
A maior negociação envolveu a venda de 34,1% das ações que a estatal ainda detinha da BR Distribuidora (BRDT3), companhia que mudou seu nome para Vibra Energia, equivalente a 73% do montante. Também foram vendidos o Campo Dó-Ré-Mi, o Polo de Alagoas, o Campo Papa-Terra, a Gaspetro, a Termelétrica Potiguar e a Cia. Energética Manauara.
Só neste ano, as privatizações somaram R$ 26,86 bilhões.
Entre as principais negociações, destacam-se:
- as vendas da fatia da BR (R$ 11,36 bilhões);
- da Refinaria Landulpho Alves, a Rlam, adquirida pelo Mubadala Capital, fundo soberano dos Emirados Árabes, por R$ 9,33 bilhões;
- da Gaspetro, comprada por R$ 1,98 bilhão pela brasileira Compass (empresa da Cosan);
- dos 10% restantes da participação da companhia na NTS (R$ 1,883 bilhão);
- e do Polo de Alagoas (R$ 1,5 bilhão).
Petrobras: venda de refinarias e de campos
Em termos setoriais, a maior privatização em 2021 foi na distribuição/revenda (BR e Gaspetro), que totalizou R$ 13,34 bilhões. Em seguida, o refino, com a venda da primeira refinaria, a Rlam. Posteriormente, a área de Exploração e Produção (E&P), que teve quatro campos ou polos adquiridos por empresas privadas, no valor total de R$ 2 bilhões.
Segundo o economista Eric Gil Dantas, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), um dos responsáveis pela elaboração e atualização do Privatômetro, a Petrobras integrada, do poço ao posto, vem sendo substituída por monopólios e oligopólios privados regionais e nacionais.
“Com a venda da Gaspetro, por exemplo, a Compass herdará a participação acionária de 19 das 27 distribuidoras de gás natural do país, participações que variam entre 23,5% e 100%. A Cosan (CSAN3) ficará com aproximadamente 80% do mercado de distribuição de gás natural nos estados. Um verdadeiro desastre para o consumidor brasileiro, que pagará cada vez mais caro pelos produtos derivados de petróleo e gás“, afirmou.
A última atualização do Privatômetro mostra que o principal país comprador de ativos privatizados da Petrobras, em todo o período analisado, é o Canadá (27,8%), seguido pela França (20,1%) e pelo Brasil (14%). A lista de investidores mais relevantes inclui ainda Noruega (11,8%), Estados Unidos (6,2%), Japão (5,6%) e Emirados Árabes (5,1%).
Petrobras: Excelerate vai para habilitação em arrendamento
A Petrobras comunicou que concluiu a etapa de verificação de efetividade da proposta comercial e negociação do processo de arrendamento do Terminal de Regaseificação de GNL da Bahia (TR-BA). A comercializadora de gás natural Excelerate avançou para a etapa de habilitação.
Segundo a estatal, após receber toda a documentação necessária para avaliação dos aspectos legais e econômico-financeiros da Excelerate e atendendo a todas as exigências previstas pelo Edital, o processo será encaminhado para homologação pelas autoridades competentes da Petrobras, para autorizar o fechamento do contrato do arrendamento.
A proposta da Excelerate, de acordo com a Petrobras, foi de R$ 92 milhões, com pagamento mensal de R$ 3 milhões, para um arrendamento por 30 meses do Terminal da Bahia.
(Com informações do Estadão Conteúdo)