Dólar cai 0,97% em dia de divulgação sobre o salto do IPCA-15 em agosto
O dólar encerrou as negociações desta quarta-feira (25) em queda de 0,97%, frente ao real, valendo R$ 5,211 na venda.
O dólar hoje seguiu acompanhando os últimos números de encomendas de bens duráveis nos Estados Unidos. Fatores internos também influenciaram no desempenho da moeda norte-americana na sessão dessa quarta-feira.
Além disso, a alta dos juros futuros também seguiu no radar do mercado, após o salto de 0,89% do IPCA-15 de agosto, ante 0,72% em julho e o maior para o mês de agosto desde 2002 (1,00%). No ano, o indicador já acumula uma alta de 5,81%.
Movimentação do dólar
Pela manhã, o dólar americano abriu com viés de alta, mas rondando a estabilidade, após terminar a sessão anterior em forte queda de 2,33% puxado pela ala do presidente da Câmara, Arthur Lira que ao participar de um evento da XP afirmou que o projeto de reforma do Imposto de Renda não estará na pauta desta semana.
Já no decorrer da sessão, a cotação do dólar continuava a rondar a estabilidade, mas com viés de queda de olho na inflação anual no Brasil.
Mais cedo, o IBGE divulgou o IPCA-15 de agosto, que apontou inflação de 0,89%, contra 0,72% em julho. O dado ficou acima da mediana das estimativas do mercado, que previa 0,84%. Além disso, a Fipe divulgou que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 1,40% na terceira quadrissemana de agosto, para 74,73%, acelerando em relação à alta de 1,35% verificada na segunda quadrissemana do mês.
Notícias que movimentaram o dólar
Veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:
- IPCA-15 sobe 0,89% em agosto, ante 0,72% em julho, afirma IBGE
- Investimento Direto no País soma US$ 6,103 bi em julho, revela BC
- Contas externas voltam para o vermelho com saldo negativo de US$ 1,58 bilhão em julho, diz BC
IPCA-15 em agosto
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 subiu 0,89% em agosto, após ter avançado 0,72% em julho, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a maior alta para o mês de agosto desde 2002, quando o índice avançou 1,00%.
O resultado superou a mediana das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de 0,84% para agosto. Mas ficou dentro do intervalo das projeções, de 0,65% a 0,92%.
Com a leitura de agosto, o IPCA-15 acumulou alta de 5,81% no ano. Em 12 meses, o IPCA-15 foi de 9,30%. Neste caso, as projeções iam de 9,04% a 9,33%, com mediana de 9,25%. A última vez que a inflação em 12 meses ultrapassou a barreira de 9% foi em maio de 2016 (9,62%).
Investimento Direto no Brasil
Ainda em meio às incertezas causadas pela pandemia de Covid-19, os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 6,103 bilhões em julho, informou nesta quarta-feira o Banco Central (BC). No mesmo período do ano passado, o montante havia sido de US$ 5,235 bilhões.
O resultado ficou acima do intervalo das estimativas apuradas pelo Projeções Broadcast, que iam de US$ 1,689 bilhões a US$ 5,600 bilhões, com mediana de US$ 4,550 bilhões. Pelos cálculos do Banco Central, o IDP de julho indicaria entrada de US$ 4,7 bilhões.
No acumulado do ano até julho, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo somou US$ 31,795 bilhões. A estimativa do BC para este ano é de IDP de US$ 60 bilhões. Este valor foi atualizado no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), publicado em junho.
Contas externas voltam para o vermelho
As contas externas voltaram para o negativo, com saldo de US$ 1,584 bilhão em julho, segundo informou nesta quarta-feira o Banco Central.
No mesmo mês de 2020, o BC apontou déficit de US$ 646 milhões nas transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda com outros países.
De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, a diferença no resultado na comparação interanual se deve ao crescimento das importações de bens e serviços, das despesas com lucros e dividendos (transações de empresas estrangeiras no país que remetem lucros ao exterior) e na conta de serviços.
Cotação do dólar nesta terça (24)
Na última sessão, terça-feira (24), o dólar encerrou o pregão em forte de queda 2,23%, negociado a R$ 5,26.
(Com informações do Estadão Conteúdo)