Dólar termina o dia em leve queda com risco fiscal no radar

O dólar encerrou as negociações desta segunda-feira (23) em leve queda de 0,05%, frente ao real, valendo R$ 5,382 na venda.

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Camila Abdelmalack, economista chefe da Veedha Investimentos, destaca que a moeda norte-americana aprofundou uma queda no exterior, mas no Brasil o risco fiscal enfraqueceu o real nesta segunda-feira. O cenário doméstico continua sendo penalizado pela percepção de risco fiscal — o que inclui a indefinição sobre as contas públicas, com a PEC dos Precatórios, reforma tributária e o montante que o governo vai dispor para planos sociais como o novo Bolsa Família.

Além disso, de acordo com Vanei Nagem, responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, o dólar hoje seguiu de olho no presidente Jair Bolsonaro, que se arrependeu de dar apoio à autonomia do Banco Central. O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (25) o julgamento para decidir se a lei aprovada de autonomia do BC pelo Congresso ficará mesmo de pé. Por enquanto, o placar no Supremo está em 1 a 1.

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Movimentação do dólar

Pela manhã, o dólar abriu em queda, mas operadores apontaram que havia um pano de fundo de cautela com a inflação, as contas públicas e a crise institucional no Brasil limitando uma queda mais forte da moeda americana.

Além disso, o mercado observava os juros futuros. As taxas começaram o dia estáveis, com o tom positivo no exterior ajudando a amenizar a pressão com a crise de confiança local, em meio à turbulência político-institucional e temores com o fiscal.

Já no decorrer da sessão, o dólar à vista virou para o lado positivo, de olho na autonomia do Banco Central.

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Notícias que movimentaram o dólar

Veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:

  • Superávit da balança comercial na 3ª semana de agosto é de US$ 1,388 bilhão
  • Governo ‘já decidiu estourar o teto de gastos‘, diz vice-presidente da Câmara
  • Petróleo tem alta acima dos 5%, com dólar fraco e em recuperação após tombo

Balança comercial tem superávit

A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 1,388 bilhão na terceira semana de agosto (de 16 a 22). De acordo com dados divulgados na segunda-feira pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, o valor foi alcançado com exportações de US$ 5,971 bilhões e importações de US$ 4,583 bilhões.

Em agosto, o saldo é positivo em US$ 5,416 bilhões, até o dia 22, resultado 0,2% maior do que o registrado em todo o mês de agosto do ano passado.

Houve alta de 44,1% na média diária das exportações na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com os dados do ministério.

Teto de gastos

O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), afirmou nesta segunda-feira  que o governo federal “já decidiu estourar o teto de gastos” e estaria, apenas, encontrando uma maneira de fazê-lo – que poderia ser por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios.

Em evento do Secovi, sindicato patronal do mercado imobiliário, Ramos voltou a dizer que tem dificuldade em enxergar ambiente para aprovação da PEC dos Precatórios no Congresso Nacional. “Não é de fácil aprovação”, cravou o parlamentar.

Petróleo dispara

Os contratos futuros de petróleo saltaram mais de 5% nesta sessão, recuperando-se de uma sequência de sete pregões consecutivos de queda.

O barril havia sido fortemente influenciado pelos temores envolvendo o avanço da variante delta do coronavírus, e a avaliação é de que as próximas semanas devem oferecer sinalizações mais claras sobre o real impacto da mutação para a demanda.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para outubro encerrou a sessão em alta de 5,63% (US$ 3,50), a US$ 65,64, e o do Brent para igual mês avançou 5,48% (+US$ 3,57), a US$ 68,75 na Intercontinental Exchange (ICE).

Cotação do dólar na sexta (20)

Na sessão anterior, sexta-feira (20), o dólar apresentou queda de 0,7%, negociado a R$ 5,38.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Laura Moutinho

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