Dólar desacelera e cai 0,70%, com reforma tributária e crise política no radar

O dólar encerrou as negociações desta sexta-feira (20) em queda de 0,70%, frente ao real, valendo R$ 5,385 na venda.

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O dólar hoje seguiu de olho no petróleo e na reforma tributária. O  senador Roberto Rocha (PSDB-MA), relator da PEC 110/2019, afirmou que apresentará seu parecer “de forma impreterível” na próxima semana.

Rocha se mostrou decepcionado com a fala do secretário especial da Receita Federal, José Tostes Neto, que defende a aprovação da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que unifica apenas as cobranças do PIS e da Cofins.

“Lamento dizer, mas parece que estamos num faz de conta. A CBS é uma demonstração de que desistiram de uma reforma ampla, que tentamos levar adiante”, afirmou o senador. Esse projeto foi enviado pelo governo à Câmara dos Deputados em junho do ano passado, mas até agora não tramitou.

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Movimentação do dólar

Pela manhã, o dólar abriu em alta seguindo o desempenho ao final do pregão de ontem. No início da sessão o mercado estava de olho na piora fiscal nas contas do governo brasileiro.

Além disso, os investidores observavam a crise institucional que ganhou mais um capítulo. O presidente Jair Bolsonaro entrou com uma ação para impedir o Supremo Tribunal Federal (STF) de abrir investigação sem passar pelo Ministério Público Federal. A norma foi usada, por exemplo, para instaurar o inquérito das fake news que atingiu a rede bolsonarista e o próprio chefe do Executivo.

Já no decorrer do dia, a moeda norte-americana perdeu força e passou a cair, atenta ao alívio no exterior e a reforma tributária.

Notícias que movimentaram o dólar

Veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:

  • China aprova Lei de Proteção de Informações Pessoais
  • Bolsas europeias fecham em alta de recuperam parte das perdas da semana
  • Petróleo fecha em queda pela 7ª sessão consecutiva

China aprova Lei de Proteção de Informações Pessoais

A China aprovou nesta sexta-feira a Lei de Proteção de Informações Pessoais, que deve desestimular a coleta ampla de dados de usuários por empresas de tecnologia. O aval partiu do principal órgão legislativo do país, o Comitê Permanente do Congresso do Povo, de acordo com a agência estatal de notícias Xinhua.

Com isso, o governo chinês proibirá suas plataformas de internet de uma ampla gama de comportamentos considerados prejudiciais à concorrência de mercado pela China.

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O texto, que não teve a versão final divulgada, prevê que qualquer organização ou indivíduo que lide com dados pessoais de cidadãos chineses reduza a coleta de informações e obtenha consentimento prévio para coletá-las.

Bolsas europeias fecham em alta

As bolsas europeias fecharam em alta nesta sexta-feira, recuperando parte das perdas registradas ao longo da semana. A exceção ficou com a da Bolsa de Milão, que registrou uma pequena variação negativa na sessão do dia.

O avanço das bolsas europeias hoje ocorreu em meio às preocupações do mercado com a disseminação da variante delta e com os dados fracos na região. O impulso veio na esteira dos ganhos das Bolsas de Nova York.

O analista-chefe da CMC Markets, Michael Hewson, afirma que o mercado europeu não deve ignorar a mudança no sentimento de otimismo visto ao longo da semana em relação à recuperação econômica.

“(…) uma combinação dos ventos contrários promovidos pelas infecções crescentes da cepa delta (do coronavírus), problemas na cadeia de oferta e uma desaceleração auto-induzida na China significam que provavelmente vimos o pico da recuperação das bolsas europeias nas semanas em que estavam registrando recordes”, observa o analista.

Petróleo fecha em queda

Os contratos futuros mais líquidos do petróleo fecharam em baixa pela sétima sessão consecutiva. De acordo com analistas, a queda se dá, especialmente, pelas preocupações com a diminuição da demanda pelo óleo, devido a possíveis restrições por conta do avanço da cepa delta do coronavírus.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o ativo mais líquido do petróleo WTI despencou 9% na semana e alcançou o menor nível desde maio de 2020. O barril com entrega prevista para outubro teve recuo de 2,14% (US$ 1,36) nesta sessão, a US$ 62,14.

Já na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para outubro acumulou um recuo semanal de 7,66%. Nesta sessão, o barril do petróleo caiu 1,91% (-US$ 1,27), a US$ 65,18, no nível mais baixo desde maio deste ano.

“Os preços do petróleo tiveram queda acentuada nesta semana, refletindo uma série de fatores que estão tornando nebulosa a perspectiva por demanda”, diz a Capital Economics. A consultoria cita a cepa delta e sua implicação nas restrições de mobilidade e menor demanda pelo óleo, além da recuperação nos EUA parecer ter se estabilizado – com a demanda por gasolina tendo caído pela segunda semana seguida. “Tudo isso sugere que a demanda por petróleo deve se estabilizar ou até mesmo enfraquecer nos próximos meses”.

Cotação do dólar na quinta (19)

Na sessão anterior, na quinta-feira (19), o dólar fechou em alta de 0,89%, negociado a R$ 5,42.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Laura Moutinho

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