Produtividade da economia ficou estagnada em 2018, diz pesquisa
A produtividade da economia brasileira em 2018 ficou estagnada de acordo com um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.
De acordo com o estudo, a produtividade da economia por hora trabalhada de 2018 ficou no mesmo patamar de 2017. No ano retrasado, houve crescimento de 1%, encerrando uma sequência de três anos consecutivos de perda.
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“Em 2017 a recuperação da produtividade começa a perder fôlego e de fato piora em 2018”, apontou Fernando Veloso, pesquisador do Ibre ao “Estadão”. “O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2017 e 2018 foi igual, de 1,1%. A produtividade, não. Na verdade, em termos de produtividade, não foi só estagnar, piorou, foi mais forte ainda”, completou o autor do estudo.
Segundo Veloso, um dos fatores que pode ter contribuído com a estagnação da economia é a precarização do emprego. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostram que o trabalho informal teve aumento de 1,2 milhão de pessoas. Em 2015, o Brasil tinha 36,1 milhões de trabalhadores informais. Entretanto, em 2017, esse número chegou a 37,3 milhões.
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De acordo com Veloso, o setor formal tem quatro vezes mais produtividade do que o informal. “O setor formal utiliza tecnologias mais avançadas, emprega trabalhadores de nível educacional mais elevado e tem mais acesso a crédito. As empresas que são mais produtivas estão no setor formal”, acrescentou Veloso.
O nível de produtividade da economia brasileira por hora trabalhada está em 2,7%, o mesmo patamar de 2012. Se levar em consideração a produtividade da economia por trabalhador ocupado, a situação é pior, com uma diferença de 5% do alcançado no pico, registrado no primeiro trimestre de 2014.
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“O trabalho informal não é produtivo e tem efeitos colaterais sob vários aspectos da economia. Por exemplo, um jovem que sai da faculdade e não consegue emprego na sua área de conhecimento vai vender roupa, trabalhar no comércio. Ele vai ter dificuldade de voltar para a sua área depois”, disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).