Dólar à vista cai com cautela local e exterior morno
O dólar à vista renovou máxima a R$ 5,29 na manhã desta quarta-feira (18), e agora opera estável. Por sua vez, o dólar futuro de setembro reduziu a queda, com investidores atentos a declarações do relator da proposta do IR, deputado Celso Sabino (PSDB-PA), após novo adiamento da votação da proposta na Câmara, ontem à noite, com apoio do governo e da oposição. Sabino disse que, com o adiamento da votação, “teremos mais tempo para líderes da Câmara entenderem proposta, conseguimos reduzir IRPJ base em 8,5 p.p. e a CSLL em 1,5 p.p e sócios de MPEs permanecerão isentos de taxação de dividendos”.
Às 11h20, desta quarta, o dólar á vista caia 0,03%, a R$ 5,29. O dólar setembro caía 0,20%, a R$ 5,2945, após registrar mínima a R$ 5,2830.
O dólar futuro setembro segue em baixa, de olho no enfraquecimento externo da moeda americana ante pares principais e outras divisas emergentes ligadas a commodities, como peso mexicano, peso chileno e rand sul africano.
Os investidores globais operam na expectativa pela ata da reunião do Federal Reserve de julho, após o presidente do Fed, Jerome Powell, dizer ontem que “não está claro” o impacto da variante Delta na atividade econômica dos EUA. Além disso, o mercado futuro devolve parte da alta do contrato de setembro a R$ 5,30 ontem, em meio às incertezas sobre a votação da reforma do IR.
Persistem preocupações com o andamento das reformas, o fiscal e a cena política institucional, além de temores com a inflação, resume um operador. Nesta terça, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que fará de tudo para colocar a inflação na meta.
No radar está a reunião trimestral de diretores do Banco Central com economistas, por videoconferência, que estava prevista para começar às 9h.
“No mercado cambial e de juros, a tendência é que a moeda americana apresente algum alívio hoje, após sua valorização nas últimas sessões, mas vale ressaltar que essa tendência pode mudar a qualquer momento, tendo em vista as incertezas no âmbito fiscal e político, além das pressões inflacionárias em diversos países”, informou o relatório da Travelex Bank.
No começo da tarde, os investidores vão monitorar o encontro dos presidentes do STF, Luiz Fux, e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), após o presidente Jair Bolsonaro aumentar as ameaças contra o Supremo e pressionar o Senado a abrir processo de impeachment dos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.
Em ambiente de incertezas fiscais, os investidores vão acompanhar ainda o secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Bruno Funchal em audiência da Comissão Mista do Orçamento.
Última cotação do dólar
Na última sessão, segunda-feira (18), o dólar encerrou o pregão em queda de 0,20%, negociado a R$ 5,27.
(Com informações do Estadão Conteúdo)