IPOs 2021: Veja as 5 ações que mais subiram desde a estreia na bolsa este ano

As empresas brasileiras foram em peso à bolsa de valores em 2021. O volume de ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, em inglês) aumentou mais de 400% neste ano até o começo de agosto na comparação o mesmo período de 2020, levantando mais de R$ 57 bilhões.

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Ainda faltam cerca de cinco meses para 2021 acabar, mas as ofertas públicas já estão em seu melhor ano de todos os tempos, superando o recorde de R$ 53,6 bilhões em 2007, quando 60 empresas realizaram IPOs.

Uma parte destas companhias deram bons frutos aos investidores, com fortes altas desde o IPO. Na ponta verde, uma das ofertas foi capaz de rentabilizar acima de 100%, enquanto outras conseguiram altas acima de 50% desde o primeiro dia de negócios.

Esta matéria leva em consideração os valores e negociações do primeiro dia do ano até o dia 12 de agosto. Contudo, no dia 13, a Kora Saúde (KRSA3) também realizou uma oferta inicial, com valorização que já beirou os 20% no primeiro dia de negócios, ainda antes do fechamento do pregão.

No balanço, do bloco de quase 45 IPOs feitos até aqui, a maioria do total (24) apresentou desempenho positivo aos acionistas.

Contudo, vale frisar que essas companhias abriram seu capital em um momento, literalmente, histórico na Bolsa de Valores de São Paulo – que chegou aos 130.776 pontos no dia 7 de junho, seu recorde.

Confira os cinco IPOs mais rentáveis do primeiro semestre:

  1. Vamos (VAMO3): 154%
  2. Intelbras (INTB3): 82%
  3. Allied (ALLD3): 66%
  4. BR Partners (BRBI11): 59%
  5. GPS (GGPS3): 54%

Vamos lidera as atas entre os IPOs de 2021

Com uma valorização desde o IPO de mais do que o dobro do seu preço da faixa indicativa de preço, a companhia que opera locação de caminhões e máquinas fechou o último pregão a R$ 65,16, ante cotação inicial de R$ 26.

A companhia teve uma disparada na cotação após relatório do BTG Pactual (BPAC11), no início de julho. À época, o banco de investimento atualizou suas projeções para a companhia dado o crescimento da frota mais forte do que o esperado.

Além disso, o BTG frisou as informações operacionais e financeiras em dia, deixando o preçoalvo da companhia acima da cotação atual, a R$ 73 até o fim de 2021.

“Embora vejamos esta mensagem como bastante otimista, concordamos que a indústria de aluguel de caminhões no Brasil é certamente um oceano azul para a Vamos, com o segmento sendo pouco penetrado de todos os ângulos que olhamos”, diz o relatório.

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A companhia é líder de mercado no seu segmento e tem mais do que o dobro do tamanho de quem vem logo atrás no ranking. o que deixa a Vamos “em uma boa posição para lidar com esta oportunidade de crescimento”.

Na temporada de balanços, a companhia reportou lucro líquido recorde de R$ 100 milhões no segundo trimestre de 2021, número 150% maior do que o mesmo período em 2020.

Segundo a Vamos, esse resultado recorde é decorrente do “forte crescimento orgânico em todos os segmentos de negócio com muito foco e disciplina na execução”.

Intelbras estreou no início do ano, mas segue forte

Com capital aberto em fevereiro, a companhia está cotada em cerca de R$ 27 atualmente. Na mesma toada da líder do ranking de IPOs, a companhia agradou o BTG, que não poderia “esperar uma melhor estreia”.

De acordo com os analistas do banco, os resultados que foram apresentados pela Intelbras após o seu IPO foram sólidos em todos os setores. O relatório frisou  que os três segmentos da companhia reportaram taxas de segmentos ‘notáveis’.

Assim, a companhia engatou rali logo após seu primeiro balanço, entrando em alta no fim de março. À época, a Pipeline Capital, consultoria especializada em tecnologia no Brasil, já via a empresa de tecnologia e informática como um grande potencial.

“A Intelbras tem produtos muito bons e é muito bem gerida. A governança e performance da empresa nos últimos três anos tem sido muito elogiáveis”, disse o CEO da consultoria, Alon Sochaczewski, em entrevista exclusiva ao SUNO Notícias.

Allied teve abertura turbulenta, mas fica entre maiores altas após IPO

A Allied teve uma estreia turbulenta no seu IPO, fechando seu primeiro pregão em queda, cotada a R$ 17,18. Anteriormente, a companhia já havia desistido de abrir seu capital por conta de condições de mercado.

Contudo, apesar da largada, a companhia deu bom retorno aos acionistas desde a estreia na bolsa, e também agradou alguns analistas.

A XP iniciou a cobertura da Allied em junho, já com recomendação de compra e com preço-alvo de R$ 38, sendo que as ações da empresa ainda estão abaixo dos R$ 30 atualmente.

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Em relatório dos analistas Matheus Soares, Danniela Eiger e Vitor Pini, a corretora afirma ter uma visão “construtiva” avaliando que a “Allied está bem posicionada em seu negócio de distribuição, alavancando sua escala e capilaridade nacional para entrar no varejo (físico e digital) direto ao consumidor, o qual é mais lucrativo”.

“Enxergamos um valuation atrativo, uma vez que a empresa está negociando a 11,7x Preço/Lucro para 2022 com um CAGR de lucro estimado em 21,2% entre 2021-24, em linha quando comparado aos distribuidores globais ‘puros’ e bem abaixo dos varejistas locais”, consta na análise.

Br Partners teve 59% de alta

O banco de investimento também fica dentre os IPOs mais rentáveis do ano mesmo entrando para o jogo do mercado aberto somente em junho. Seu primeiro balanço, lançado nesta semana, demonstra alta de 46% no lucro no acumulado de abril a junho, com R$ 35 milhões.

Segundo o resultado financeiro, o trimestre foi forte e com uma geração de receita que mostra “a resiliência do modelo de negócios e da capacidade da companhia de continuar auferindo crescimento de lucro com preservação de margens”.

“No cenário local, observamos uma melhora da atividade em especial nos indicadores de produção industrial e varejo, que tem ajudado na arrecadação e na melhora dos riscos fiscais. Vimos as projeções de inflação para o ano saltar acima do teto da meta, principalmente influenciada pelos preços de commodities, serviços e custo de insumos como combustíveis e energia elétrica”, diz o BR Partners.

Balanço trimestral consolidado do BR Partners - Foto: Reprodução/CVM
Primeiro Balanço trimestral consolidado do BR Partners desde o seu IPO – Foto: Reprodução/CVM

Já a receita foi de R$ 76,2 milhões neste segundo trimestre, ante R$ 66,7 milhões anotados no mesmo período do ano passado, alta de 14,3%.

Para o time de análise da XP, o balanço apresenta bons resultados, com “um bom Retorno Sobre Patrimônio Líquido (ROE) de 19% no trimestre”.

“Embora acreditemos que a combinação de maiores despesas de pessoal com impostos extraordinariamente menores possa afetar a percepção de rentabilidade do banco por alguns investidores, reiteramos nossa recomendação de Compra com preço alvo de R$ 29 por ação e esperamos que o mercado reaja positivamente aos bons sinais de crescimento apresentados pela administração no próximo pregão”, consta no relatório.

O Itaú BBA vê o resultado do BR Partners como “levemente positivo” com o lucro superando o esperado pelo time de análise do banco, que projetou R$ 29 milhões de lucro no seu segundo trimestre de 2021, e também na bolsa, desde o seu IPO.

GPS cai pouco na estreia, mas engata alta no longo prazo

Com queda de 2% no primeiro dia de bolsa, o Grupo GPS (GGPS3) abriu em baixa de 2%, negociado a R$ 11,76 na abertura do seu primeiro pregão.

O player é o atual líder e maior player do setor de prestação de serviços integrados, trabalhando com facilities, segurança, logística indoor, serviços de engenharia e manutenção industrial.

Apesar de ser uma empresa pouco coberta por analistas, seu desempenho agradou o mercado desde abril, quando entrou no rol dos IPOs de 2021. De lá para cá, a companhia teve alta de 54% e fechou o pregão do dia 12 cotada a R$ 18,40.

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Eduardo Vargas

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