Hackers roubam US$ 600 mi em criptomoedas, no maior ataque visto na história
Na última terça-feira, dia 10, hackers roubaram cerca de US$ 600 milhões ( aproximadamente R$ 3,1 bilhões) em Ethereum e outras criptomoedas do protocolo baseado em blockchain Poly Network. De acordo com o jornal americano CNBC, provavelmente, este é um dos maiores roubos de criptomoedas de todos os tempos.
A Poly Network é uma plataforma de finanças descentralizada, que abrange aplicativos financeiros baseados na tecnologia blockchain, como as criptomoedas Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e outras moedas digitais, sem a operação por intermediários – como corretoras e bolsas.
Segundo a empresa, falhas em seu sistema de ligações entre contratos permitiram as transferências criminosas para contas cujas identidades já foram reveladas. Pesquisadores da empresa de segurança SlowMist disseram que um total de mais de US$ 610 milhões em criptomoedas foi transferido para três endereços diferentes.
A Poly Network afirma que a ação resultou no roubo de 2.858 tokens de Ethereum (avaliados em US$ 267 milhões), 6.610 moedas Binance (US$ 252 milhões) e aproximadamente US$ 85 milhões em tokens USDC, ligados à rede Polygon.
Somado, o valor representa um novo recorde para ataques hackers — anteriormente, o recorde pertencia ao golpe que resultou no roubo de US$ 460 milhões (R$ 2,39 bilhões) da casa de câmbio de criptomoedas Mt. Gox, que acabou falida.
A empresa DeFi (Finanças Descentralizadas, na sigla em inglês) divulgou o ataque no Twitter e pediu para estabelecer comunicação com os hackers, e instou-os a “devolver os ativos hackeados”.
— Poly Network (@PolyNetwork2) August 10, 2021
O texto diz: “autoridades de qualquer país vão considerar isso como um grande crime econômico e você vai ser perseguido. É muito tolo para você fazer qualquer transação adicional. (…) Vocês deveriam conversar conosco para trabalharmos em uma solução”.
Sistema DeFi em risco
Segundo a CNBC, o sistema DeFi se tornou alvo importante de ataques às criptomoedas. Desde o início do ano até julho, os hackeamentos relacionados ao DeFi totalizaram US$ 361 milhões (aprox. R$ 1,87 bilhão). Trata-se de um aumento de quase três vezes em relação a todo o ano de 2020.
Fraudes com criptomoedas no DeFi também estão aumentando. Nos primeiros sete meses deste ano, as fraudes no sistema Defi representaram 54% do volume total de falsificações de criptografia, contra 3% em todo o ano anterior.
Pesquisadores da SlowMist concluíram que o roubo era “provavelmente um ataque planejado, organizado e preparado há muito tempo”.
Resposta do mercado de criptomoedas
Cerca de US$ 33 milhões da cripto Tether (USDT) que fazia parte do roubo foram congelados, de acordo com o emissor do stablecoin. Enquanto isso, Changpeng Zhao, CEO da principal bolsa de criptomoedas Binance, disse estar ciente do ataque.
Em uma publicação no Twitter, Zhao afirmou estar colaborando com parceiros de segurança para esclarecer o caso. Ele disse que a Binance está “coordenando com todos os nossos parceiros de segurança para ajudar proativamente”, mas que “não há garantias” de reaver as criptomoedas.
