Dólar fecha em queda de 0,96%, de olho nas projeções mais altas da Selic na ata do Copom

O dólar encerrou as negociações desta terça-feira (10) em queda de 0,96% frente ao real, valendo R$ 5,197 na venda.

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Na visão do economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, a queda do dólar hoje foi impulsionada pela ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que promete mais altas na Selic até o final do ano, ajudando a segurar o dólar mais fraco ante ao real.

O mercado também seguiu atento aos contratos futuros de petróleo que dispararam na sessão se hoje. Recuperaram parte das perdas dos últimos dias causadas pelas preocupações com a demanda, frente aos impactos da variante delta do coronavírus (Covid-19).

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Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para setembro avançou 2,72% (US$ 1,81), a US$ 68,29 o barril, enquanto o do Brent para o mês seguinte teve alta de 2,30% (US$ 1,59) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 70,63.

Movimentação do dólar

Pela manhã, o dólar à vista abriu a sessão oscilando entre perdas e ganhos.

Os investidores seguiam atentos ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em julho. De acordo com dados divulgados pelo IBGE, a variação do índice no mês passado alcançou 0,96%, ante 0,53% em junho.

Trata-se do maior resultado para o mês desde 2002, quando o indicador subiu 1,19%. Em julho de 2020, o IPCA registrou alta de 0,36%.

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Já no durante a tarde, o dólar voltava a operar em baixa moderada, enquanto os investidores precificavam a ata do Copom “hawkish” (mais dura).

Notícias que movimentaram o dólar

Veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:

  • Ata do Copom prevê retomada robusta da economia no segundo semestre
  • Bolsas da Europa fecham em alta, com petroleiras e investimentos nos EUA
  • Não temos feito avaliação específica sobre PEC dos precatórios, diz Bruno Serra
  • Senado dos EUA aprova pacote de infraestrutura de US$ 1,2 tri; texto vai à Câmara

Ata do Copom

O dólar hoje seguiu atento a ata do Copom do Banco Central, que  mostrou  que os indicadores mais recentes continuam mostrando uma evolução positiva para a atividade doméstica.

O colegiado do BC voltou a apontar um cenário de recuperação robusta no segundo semestre, na medida em que os efeitos da vacinação contra a Covid-19 sejam sentidos de forma mais abrangente. A ata do Copom mostrou uma tendência “sensivelmente mais otimista”.

“O Comitê notou que a mediana das projeções de crescimento, segundo a pesquisa Focus, está sensivelmente mais otimista do que as do seu cenário básico e ponderou se as dificuldades relacionadas à dessazonalização das séries devido ao choque da pandemia explicariam essa divergência”, destacaram os diretores.

Bolsas da Europa fecham em alta

O dólar no Brasil subiu em dia de altas das bolsas da Europa. Os mercados avançaram nesta terça-feira com o setor de energia acompanhando a recuperação dos preços do petróleo no mercado futuro, à medida que investidores aguardavam pela aprovação do pacote bipartidário de investimentos em infraestrutura no Senado dos Estados Unidos.

O índice pan-europeu Stoxx 600 terminou o dia em alta de 0,35%, aos 472,32 pontos. Já o índice de referência da bolsa londrina FTSE 100 avançou 0,40%, aos 7.161,04 pontos.

Ações de petroleiras também subiram em Londres, apoiadas pela alta de cerca de 3% nos contratos do óleo, que se recuperam de fortes quedas recentes. Entre os destaques, a British Petroleum teve alta de 1,13%, seguida pela Royal Dutch Shell, que ganhou 0,48%. Ja em Madri, a Repsol subiu 1,08%, apoiando o avanço de 0,37%, aos 8.899,00 pontos, do IBEX 35.

Já no índice DAX, da bolsa de Frankfurt, ações de distribuidoras de energia, como a RWE (+1,00%) e a E.ON (+1,01%) ajudaram o mercado acionário alemão a superar a queda a 40,4 pontos do índice ZEW de sentimento econômico em agosto, cujo resultado esperado era de baixa a 57,5.

PEC dos precatórios

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, afirmou que o BC não tem realizado uma avaliação específica sobre o impacto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios sobre o risco fiscal — o que também afetou o dólar hoje.

“A PEC dos precatórios está no bojo do risco fiscal”, comentou Serra, ao explicar que, pelo assunto ser relativamente recente, o BC não fez avaliações específicas de impacto fiscal. “Vamos ver como o risco dos precatórios se materializa”, acrescentou.

Senado dos EUA aprova pacote de infraestrutura

O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira o pacote de infraestrutura bipartidário de US$ 1,2 trilhão proposto pelo presidente Joe Biden. Foram 69 votos a favor e 30 contra. O texto agora segue para a Câmara dos Representantes.

Resultado de uma articulação da Casa Branca com parlamentares democratas e republicanos, o projeto prevê cerca de US$ 550 bilhões em novos gastos. Os investimentos do pacote de infraestrutura serão em pontes, estradas, ferrovias, rede elétrica, banda larga e outras obras públicas ao longo dos próximos anos no país.

Durante o final de semana, os senadores propuseram emendas e deram o sinal verde para que a tramitação do pacote avançasse, o que culminou na votação final desta terça (10) pelo plenário.

Além de todos os senadores democratas, 19 republicanos votaram a favor do pacote de infraestrutura, incluindo Mitch McConnell, líder da oposição na casa.

Fechamento do câmbio hoje

Além do dólar comercial, confira a cotação das principais moedas hoje:

  • Euro: -1,12% aos R$ 6,089
  • Libra: -1,00%% aos R$ 7,191
  • Dólar turismo: -0,74% aos R$ 5,367

Cotação anterior do dólar

Na última sessão, segunda-feira (9), o dólar encerrou o pregão em alta de 0,21%, negociado a R$ 5,24.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Laura Moutinho

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