M. Dias Branco (MDIA3) supera projeção, mas BTG mantém cautela
O BTG Pactual (BPAC11) atualizou o preço-alvo para M. Dias Branco (MDIA3) para R$ 30 por ação. A fabricante de massas e biscoitos superou as estimativas do banco com resultados mistos e números de baixa visibilidade de longo prazo, segundo balanço do segundo trimestre. O BTG permanece cauteloso.
A M. Dias Branco registrou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado de R$ 154 milhões, variação 10% acima da projeção do BTG — ainda 29% abaixo do resultado do segundo trimestre de 2020. A margem Ebitda ajustada chegou a 7,8%, uma queda de 3,8 pontos percentuais na comparação anual, mas 4 pontos percentuais acima da estimativa do banco.
“Mas a volatilidade trimestral permanece tão alta que não estamos surpresos que nossas estimativas não puderam se aproximar dos números reais. Em outros lugares, os ganhos foram muito mais fortes: R$ 142 milhões em ganhos pontuais e uma reversão significativa do imposto de renda,” escreveram Thiago Duarte e Henrique Brustolin, analista do banco de investimentos, em relatório desta segunda-feira (9).
A companhia de alimentos se beneficio de um impacto mais reduzido de Despesas com Vendas, Gerais e Administrativas (SG&A). Um mix de produtos melhor traduziu-se em preços 5% mais altos na base trimestral, embora mais fraco para biscoitos e massas, enquanto a farinha e farelo apresentaram queda.
O principal combustível para o Ebitda melhor do que o esperado foi menores despesas com vendas relacionadas a salários e benefícios, as quais recuaram 1,1% no ano.
BTG está mais cauteloso em relação à M. Dias Branco
Depois de atingir uma mínima em abril, a margem bruta da M. Dias Branco emendou uma melhorou consecutivamente, até atingir um patamar de 29,7% em junho. A análise do BTG é: as margens poderiam continuar a avançar, no entanto “isso não é exatamente inesperado ou muito bom”.
Na visão dos analistas, a margem bruta do segundo trimestre (27,8%) permanece fraca e implica a necessidade de uma nova aceleração dos preços, dada a pressão de custos.
“A questão é quanto mais os preços podem ser absorvidos pela demanda a M. Dias Branco pode perder, agora que a elasticidade-preço da demanda parece maior do que nunca. Várias das iniciativas comerciais da empresa permanecem controversas para nós, o que torna difícil apostar em uma troca mais equilibrada de preços X participação de mercado,” destacaram Duarte e Brustolin, no relatório.
O BTG permaneceu cauteloso diante do prêmio de 12% embutido nas ações da M. Dias Branco, além dos resultados mistos da nova estratégia comercial e da menor visibilidade de margens.