Ammo Varejo, dona da MMartan, quer abrir capital em IPO de R$ 700 milhões
O mercado aquecido para a entrada de novas empresas atraiu a Ammo Varejo, que prospecta uma oferta inicial de ações (IPO) de R$ 700 milhões. A empresa faz parte do grupo Coteminas, do ex-presidente José Alencar, falecido em 2011, e possui marcas como MMartan e Artex.
A oferta do braço de varejo do grupo industrial é planejada ainda para este semestre. A emissão será primária, com os recursos sendo direcionados ao caixa da empresa para financiar planos de expansão, e também secundária, com a controladora vendendo ações.
A Coteminas controla, com cerca de 53%, a holding Springs Global (SGPS3), fruto de uma joint venture com a americana Springs Industries em 2005, que já possui capital aberto na Bolsa brasileira.
A empresa da família Alencar é comandada por Josué Gomes, que no início do ano que vem assume a presidência da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A área digital da empresa está atualmente nas mãos de seu filho Josué Alencar. E o prospecto do IPO mostra que parte dos recursos que serão captados terá esse destino: tecnologia, além de expansão de portfólio, logística e crescimento de canais de distribuição.
No mesmo documento, a Ammo diz que possui 23% de participação no e-commerce em cama, mesa e banho. A empresa afirma que tem testado novos modelos de negócios e de distribuição, tal como franquia digital, as chamadas “dark stores” (que são pontos de vendas que atendem apenas a vendas online) e as “live shoppings”, que são as vendas online interativas com os clientes.
Com o filho já cuidando de uma área que tem ganhado cada vez mais relevância, a expectativa é de que suas funções cresçam à medida que José Gomes terá novas atribuições na sua agenda estando à frente da Fiesp, ao substituir Paulo Skaf, que ficou por 17 anos no cargo. Na primeira metade do ano, a empresa registrou uma receita líquida de R$ 238,6 milhões, aumento de 37% ante o visto um ano antes.
A XP coordena a oferta da Ammo, ao lado do UBS, BB e Banco ABC. Procurado, o Grupo Coteminas não respondeu aos contatos até a publicação desta reportagem.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
