Tendência do dólar para o final de 2021 está entre R$ 4,80 e R$ 5,32

Semanas atrás, os especialistas diziam facilmente que previsão do dólar para os próximos meses era de queda, com a possibilidade de encerrar o ano próximo ou até mesmo abaixo dos R$ 5,00. Porém, em pouco tempo o cenário mudou e agora o clima de incerteza se impôs ao mercado.

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Os investidores nacionais e internacionais estão atentos ao aumento das infecções pela cepa delta, variante mais transmissível do novo coronavírus, no mundo.

Apesar do avanço da vacinação em diversas regiões, alguns países retomaram as medidas de isolamento social, com o fechamento de comércios, por causa da disseminação dessa nova cepa. O mesmo ocorre na principal economia do mundo, os Estados Unidos, país chave para a movimentação do câmbio.

Veja o gráfico do dólar:

Fonte: Banco Central
Fonte: Banco Central

Ritmo de vacinação nos EUA é preocupante

Segundo o jornal The Economist, os especialistas começaram a se preocupar com a economia norte-americana, que pode desacelerar bruscamente com a nova variante.

Isso porque os dados americanos apontam que 44% dos estadunidenses de todas as idades não tomaram uma única dose, e os casos no país provavelmente aumentarão rapidamente. Estados como Mississippi e Louisiana, onde cerca de três a cada cinco pessoas não foram completamente imunizadas, correm o risco de serem atingidos por surtos repentinos e graves.

Com isso, é esperado que a taxa básica de juros dos Estados Unidos, que estão no menor nível da história, entre 0% e 0,25% ao ano, aumente. Taxas baixas por mais tempo beneficiam países emergentes, como o Brasil, o contrário traz baixa ao Ibovespa e alta para o dólar.

“Hoje, vemos um mercado externo atento ao FED, com relação à redução gradual das compras de ativos. Existe também uma expectativa de aumento nas taxas de juros nos EUA já para 2022 e uma possível nova onda da Covid. Acreditamos que estes fatos tendem a pressionar as moedas emergentes, como o real”, disse o Gerente da mesa de operações do Travelex Bank, Gilberto Rolha.

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Portanto, a tendência do dólar de encerrar a R$ 5 ou abaixo deste patamar é vista como incerta no mercado financeiro. Alguns apontam para R$ 4,80, outros para R$ 5,30. Veja as perspectivas dos especialistas consultados pelo Suno Notícias.

Afinal, a quanto o dólar deve encerrar 2021?

O dólar iniciou esse ano negociado a R$ 5,30 e encerrou o primeiro semestre cotado abaixo dos R$ 5,00 — a R$ 4,97. No início de julho, a expectativa do mercado era de que o câmbio encerraria o ano de 2021 em R$ 5,00. No entanto, já em meados deste mês os especialistas divergem na opinião.

Confira as principais estimativas para o dólar no final de 2021:

  • Banco UBS: R$ 4,80
  • Último Boletim Focus: R$ 5,09
  • Travelex Bank: R$ 5,10 a R$ 5,20
  • Ourinvest: R$ 5,20
  • Banco Safra: R$ 5,30
  • Citibank: R$ 5,32

O Citibank estima que o dólar irá fechar 2021 negociado a R$ 5,32, com normalização da política monetária norte-americana e alta da moeda no mundo.

Já na análise do Banco Safra, a expectativa foi revisada para R$ 5,30, diante dos novos desafios da pandemia, combinada ao cenário externo e interno.

“A pressão no câmbio, além de fatores externos como o aumento da taxa de juros longa nos EUA também reflete fatores internos, como a ambiguidade da política agora, e quando se mira a próxima eleição presidencial”, informou o banco.

Para o Banco Ourinvest, é difícil visualizar o dólar a R$ 5,00, e mais difícil a moeda ficar abaixo deste patamar.

Por isso, na visão da instituição, o câmbio deve encerrar 2021 a R$ 5,20. “Acho difícil a gente ver o dólar abaixo de cinco reais, eventualmente, um dia ou outro ele pode ficar abaixo como já aconteceu, mas basicamente temos um cenário de pandemia do qual ainda não está 100% resolvido e há chances dos EUA aumentar a taxa de juros”, disse a economista-chefe do Ourinvest, Fernanda Consorte.

Para o Travelex Bank, a moeda deve encerrar entre R$ 5,10 e R$ 5,20, “estamos passando por um cenário com muitas incertezas seja no âmbito fiscal e político, as reformas não avançam”. Para que o Brasil tenha um impacto significativo no câmbio, que o leve abaixo desse patamar, segundo Rolha precisa-se de bons motivos tais como:

  • Fluxo de Capital estrangeiro;
  • Atuação do BC com leilões.

Já o último relatório do Boletim Focus, divulgada pelo Banco Central, foi mais otimista e apontou para o dólar a R$ 5,09.

Mais otimista ainda, e divergindo completamente de outras instituições, o UBS vê janela de oportunidade com o dólar a R$ 4,80 no final de 2021.

“Com a pandemia acalmando, a economia normalizando e o Congresso votando reformas, a política também deve se acalmar. Para o mercado, isso é positivo. Nessa toada, o real pode bater esses 4,80 por dólar“, disse o estrategista-chefe do UBS, Ronaldo Patah, ao jornal Valor Econômico.

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Poliana Santos

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