Dólar recua 0,70%, com Fed no radar, e fecha negociado a R$ 5,17
O dólar encerrou esta segunda-feira (26) em queda de de 0,70%, negociado a R$ 5,174.
O recuo da moeda teve influência da espera dos investidores sobre a próxima reunião do Fed (Federal Reserve), com a decisão sobre a taxa de juros na próxima quarta (28).
Investidores vão acompanhar de perto o comunicado do Fed e a divulgação do resultado do PIB americano no segundo trimestre (que sai na quinta-feira) para calibrar as apostas sobre eventual início da redução de compra de bônus (tapering) nos Estados Unidos ainda neste ano.
Para o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, o mercado está apreensivo em relação à postura do Fed em um momento no qual o pico de crescimento da economia americana parece ter ficado para trás, mas a inflação permanece pressionada. “Parece que o Fed quer apertar o discurso, mas existe o medo de o crescimento ser mais baixo. A expectativa é que o ‘tapering’ venha, grosso modo, na virada do ano”, diz Júnior, ressaltando que ainda tem a divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE) de junho nos EUA na sexta-feira, dia 30, e na próxima semana, dia 6, do relatório de emprego nos EUA (payroll), o que pode mudar trazer muita volatilidade para o mercado de câmbio.
Ainda no radar dos investidores estava o boletim Focus: divulgado hoje, a mediana das expectativas para o dólar no fim do ano foi de R$ 5,05 para R$ 5,09, ante R$ 5,10 de um mês atrás. Para 2022, a estimativa para o câmbio permaneceu em R$ 5,20, mesmo valor de quatro pesquisas atrás.
O dólar oscilou pela manhã, mas acabou se firmando em terreno negativo ao longo da tarde e encerrou o pregão em queda, refletindo em grande parte o enfraquecimento global da moeda americana. Operadores também notaram fluxo de entrada para ofertas de ações na B3 e alinhamento de posições diante do aumento das expectativas de uma elevação mais intensa e pronunciada da Selic.
Mais: na próxima semana sai a decisão sobre a Selic. As apostas do mercado apontam agora para um ajuste de 1,25 p.p na taxa de juros.
Notícias que movimentaram o dólar hoje
Algumas notícias importantes que influenciaram o pregão:
- Balança comercial tem superávit de US$ 1,869 bilhão na 4ª semana de julho
- Ouro fecha em queda com expectativa por Fed, apesar de dólar fraco
- Europa: Bolsas fecham sem direção definida, com balanços e Covid-19 no radar
Balança comercial
A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 1,869 bilhão na quarta semana de julho (dias 19 a 25). De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, 26, pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, o valor foi alcançado com exportações de US$ 5,913 bilhões e importações de US$ 4,044 bilhões.
Em julho, até o dia 25, a balança comercial acumula saldo superavitário em US$ 6,939 bilhões, com exportações em US$ 20,473 bilhões e importações de US$ 13,534 bilhões. No acumulado do ano, o saldo comercial é superavitário em US$ 43,670 bilhões.
As exportações registraram aumento de 42,7% na média diária de julho ante o mesmo período do ano passado, com crescimento de 13,5% na Agropecuária, avanço de 68,9% na Indústria Extrativa e alta de 43,9% nas vendas de produtos da Indústria de Transformação.
Ouro
O ouro fechou em queda nesta segunda-feira, com o mercado à espera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que sai na próxima quarta-feira (28), após reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). O metal perdeu força mesmo com a queda do dólar ante moedas rivais, movimento que costuma beneficiá-lo pois torna os contratos mais baratos e, portanto, mais atraentes a investidores que negociam com outras divisas.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para setembro recuou 0,14%, a US$ 1.800,40 a onça-troy.
Apesar da queda de hoje, o metal precioso conseguiu se manter no patamar de US$ 1,8 mil, marca “psicologicamente importante”, segundo o Commerzbank. Um possível aceno do Fed acene para o aperto da política monetária nos Estados Unidos na quarta-feira não será uma notícia boa para o ouro, de acordo com o banco alemão.
Europa
As bolsas na Europa tiveram um pregão volátil nesta segunda-feira (26), encerrando sem direção definida. Dados econômicos na Alemanha frustraram os investidores, embora outro números tenham sido positivos, em meio a balanços corporativos.
A variante Delta da Covid-19 e seus riscos para a retomada econômica seguem no radar dos investidores. O índice pan-europeu Stoxx 600, mais abrangente índice acionário da Europa, fechou em queda de 0,08%, a 461,14 pontos.
Na Alemanha, o índice Ifo de sentimento das empresas recuou de 101,7 em junho a 100,8 em julho, enquanto analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal previam alta a 102,5. O subíndice de expectativas econômicas recuou na pesquisa.
Fechamento do câmbio hoje
Além do dólar comercial, confira a cotação das principais moedas hoje:
- Euro: -0,41% aos R$ 6,10
- Libra: -0,19%% aos R$ 7,15
- Bitcoin: -0,9% aos R$ 196.464,938
- Dólar turismo: -1,17% aos R$ 5,34
Cotação anterior do dólar, na sexta (23)
Apesar de ter fechado o pregão em queda, na última sexta, o dólar acumulou alta de 1,86%, enquanto, no mês, subiu 4,77%. Na sessão de sexta-feira (23), o dólar encerrou o pregão em queda de 0,05%, negociado a R$ 5,21.
Com informações do Estadão Conteúdo