Em dia vermelho, Ibovespa acompanha mau humor externo; Lojas Americanas (LAME4) despenca
Em dia de mercados em queda, o Ibovespa não fica para trás e opera em forte baixa, abrindo a semana de forma negativa. O maior índice acionário da Bolsa brasileira acompanha o temor pelo avanço da variante Delta, a mais contagiosa da Covid-19.
Por volta das 13h49, o Ibovespa caía 1,97%, para 123.457 pontos. O movimento do dólar é contrário, comum em situações de aversão ao risco. A moeda estadunidense sobe 1,85%, passando da marca de R$ 5,20 novamente.
O VIX, índice do medo do mercado norte-americano, sobe 31%. Apenas três empresas do Ibovespa operam em alta.
Os temas que movimentam o Ibovespa hoje
- Lojas Americanas tombam com conclusão de fusão;
- Petróleo recua com acordo da Opep;
- Variante Delta faz preço nas Bolsas mundiais.
Dia D da fusão entre Lojas Americanas e B2W
As ações da Lojas Americanas lideram as baixas do índice Ibovespa. Hoje se consolida a fusão entre a varejista e a B2W, formando a americanas S.A. A nova empresa já está em negociação na B3, com o ticker AMER3 — que também tem forte baixa.
O pregão da última sexta-feira (16) foi o último em que as ações de Lojas Americanas operaram representando tanto a sua própria operação de lojas físicas, quanto a participação de 62,5% que a empresa detinha na B2W.
Com o negócio entre as companhias, a Lojas Americanas realizou a cisão de suas 1.700 unidades físicas e sua participação na Ame Digital. Esses ativos passam a ser da B2W (a nova americanas S.A).
A forte queda das ações de ambas as empresas é comum em situações similares. Quando os papéis passam a ser negociados no mercado, os investidores atribuem o novo valor que enxergam àquelas empresas, encontrando um múltiplo considerado justo e, no caso da varejista, levando em consideração o desconto de holding.
Opep+ entra em acordo e petróleo recua
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados, liderados pela Rússia, chegaram a um acordo sobre a produção da commodity para os próximos meses.
O cartel estava em um impasse com a disputa entre Emirados Árabes e Arábia Saudita. Alguns países, liderados pelos sauditas, defendiam o aumento da oferta até 2022 com a justificativa da sustentabilidade dos preços, que dispararam nas últimas semanas.
Os Emirados Árabes Unidos, por outro lado, não aceitavam a proposta. O país dizia concordar com um aumento da oferta no curto prazo, mas pedia melhores condições a partir do ano que vem, com aumento de sua cota de produção.
O ministro de Energia saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, não respondeu a perguntas sobre como os integrantes do cartel chegaram ao acordo. Agora, com o novo acordo, o aumento na produção deverá ser de 400 mil barris por dia a cada mês.
“A ampliação da oferta em 400 mil barris por dia, da vigência do acordo, que duraria até abril e agora irá até dezembro de 2022 e sucesso na empreitada dos EAU em aumentar sua cota diária, reforçam maior unidade do cartel, disposto a ajustar sua produção pela demanda global”, diz a Ativa Investimentos.
As cotações futuras do barril de petróleo Brent caem mais de 6% com a perspectiva de avanço da produção, para US$ 69.
Variante Delta contamina mercados
O temor pela variante Delta, que avança sobre a Europa e faz com que países no Oriente retomem medidas de restrição à mobilidade, também chega ao Brasil.
Pelo menos 97 casos de infecção pela variante foram notificados no País, dos quais cinco resultaram em mortes, segundo dados do Ministério da Saúde. Os registros foram feitos em sete estados, mas os óbitos foram concentrados no Paraná e Maranhão.
Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com o Imperial College, mostrou que a variante Delta é mais contagiosa entre todas as cepas da Covid-19 já registradas.
A transmissibilidade é 97% maior do que a original do coronavírus, que teve origem na China, no fim de 2019. A Indonésia com aumento de casos e Sydney, na Austrália, em lockdown.
Maiores altas do Ibovespa
Confira as únicas altas do índice Ibovespa, por volta das 13h43:
- Rumo (RAIL3): +1,96%
- Assaí (ASAI3): +0,25%
- Taesa (TAEE11): +0,13%
Maiores baixas do Ibovespa
No mesmo horário, as maiores baixas do Ibovespa eram:
- CSN (CSNA3): -3,92%
- Azul (AZUL4): -4,15%
- Gol (GOLL4): -4,22%
- PetroRio (PRIO3): -4,88%
- Lojas Americanas (LAME4): -5,08%
Bolsas mundiais
Além do índice Bovespa, confira a cotação dos principais índices mundiais nesta tarde:
- S&P 500: -2,05%
- DAX 30 (Alemanha): -2,62%
- FTSE 100 (Inglaterra): -2,34%
- Euro Stoxx 50: -2,66%
- SSE Composite (Xangai): -0,01% (fechada)
- Nikkei 225 (Japão): -1,25% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
Da mesma forma que o Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última sexta com uma queda de 1,18%, a 125.960,26 pontos.
