S&P 500 recua com desaceleração chinesa e sentimento hawkish
O S&P 500 recua na manhã desta quinta-feira (15), puxado por dados econômicos mundo afora. O principal deles é o crescimento da economia da China abaixo do esperado no segundo trimestre deste ano. Também segue no radar a continuidade da temporada de balanços corporativos.
Por volta das 8h48, o S&P 500 recuava 0,31%, para 4.354,38 pontos. A Nasdaq, por sua vez, operava estável, com leve avanço de 0,01%, para 14.897 pontos. A economia chinesa cresceu 7,9% no período entre abril e junho, sendo que as projeções giravam em torno de 8,1%.
No primeiro trimestre, a atividade da potência asiática havia avançado 18,3%, ante uma base fraca do mesmo período do ano passado, pressionada pela pandemia.
Segundo o Escritório Nacional de Estatísticas do país, a desaceleração pode ser atribuída ao resultado aquém da atividade industrial, com matérias-primas mais caras.
O crescimento em menor ritmo da segunda maior economia do planeta chama atenção dos agentes do mercado, que temem que temem pela desaceleração da recuperação econômica no Ocidente. A chegada de novas variantes da Covid-19, como a Delta, ameaça a retomada das atividades presenciais.
Também segue no radar dos investidores a continuidade dos balanços trimestrais nos Estados Unidos. Os números dos bancos no segundo trimestre servem como um balizador dos rumos da economia e mostram a tendência do mercado para os próximos meses.
Os lucros dos bancos ficaram majoritariamente acima das projeções, embora a receita de alguns dos maiores players bancários do país tenha recuado. A BlackRock (BLAK34), maior administradora de ativos do mundo, reportou lucro de US$ 1,37 bilhão no período. A empresa se aproxima da marca de US$ 10 trilhões em ativos.
Mais tarde, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, falará no Comitê Econômico do Senado. Ontem, ele afirmou que o BC estadunidense não tem pressa para reduzir os estímulos monetários à economia, mesmo com o tom hawkish de bancos centrais globais.
“Os mercados corrigem parte dos ganhos da véspera, proporcionados pela fala de Powell no Congresso”, comenta Carlos Lopes, economista do Banco BV. “As falas se mostraram dovish, o que ajudou a impulsionar os ativos de risco. Não se espera que o discurso de hoje seja diferente.”
O rendimento das Treasuries de 10 anos caiu para 1,326%, de 1,356% na véspera. No mercado de commodities, o preço do barril de petróleo tipo Brent caiu 1,74%, para US$ 73,67.
S&P 500 e as bolsas mundiais
Confira o desempenho das principais bolsas mundiais por volta das 9h11:
- S&P 500 futuro: -0,42%
- Nasdaq futuro: -0,10%
- DAX 30 (Alemanha): -1,01%
- FTSE 100 (Inglaterra): -0,82%
- Euro Stoxx 50: -0,89%
- SSE Composite (Xangai): +1,02% (fechada)
- Nikkei 225 (Japão): -1,15% (fechada)
Os mercados internacionais abriram julho de forma positiva, embora atentos às variantes da Covid-19. O S&P 500 e as bolsas mundias, entretanto, ainda digerem o desdobramento das pressões inflacionárias nos Estados Unidos e a recuperação econômica no pós-pandemia.