Ibovespa engata forte alta, recuperando terreno à espera de ata do Fed; Banco Inter (BIDI11) cai 3%
Após o tombo na véspera, o Ibovespa opera em alta na tarde desta quarta-feira (7), acompanhando os índices internacionais. As bolsas norte-americanas aguardam a divulgação da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
Por volta das 14h, o Ibovespa avançava 1,34%, para 126.773 pontos. Os investidores esperam novas pistas sobre a política monetária a ser adotada nos Estados Unidos nos próximos meses, frente às expectativas de crescimento econômico e inflação acima da meta.
O dólar, por sua vez, permanece em tendência de alta frente ao real. A divisa norte-americana sobe 1,48%, beirando os R$ 5,30. Nas últimas duas semanas a alta é de 7,7%, apagando as perdas do ano e reforçando o cenário volátil.
Os temas que movimentam o Ibovespa hoje
- Ventos positivos do exterior com Fed no radar;
- Petrobras promove aumentos em combustíveis;
- Varejo avança em maio.
Ata do Fed dita rumos do mercado
O Banco Central norte-americano divulgará, às 15h (horário de Brasília), a ata de sua última reunião. O mercado aguarda novas informações sobre a redução dos estímulos monetários à economia do país.
Integrantes da autoridade monetária central entendem que a inflação é transitória, ao passo que em uma visão mais hawkish o Fed diz que manterá a política de incentivos sob controle.
Caso o aumento dos preços na economia mostre-se acima das expectativas, as taxa de juros serão elevadas, não precisando de um ajuste abrupto posteriormente.
Com isso, as taxa de juros de curto prazo sobem, com as perspectivas de elevação em 2022 ou 2023. Por outro lado, as de longo prazo caem, prevendo um Fed mais austero. No jargão do mercado, esse movimento da curva chama-se bull flattener.
Enquanto isso, as Treasuries de 10 anos continuam em tendência de queda. Nos últimos oito pregões foram sete quedas, inclusive com uma forte baixa de 5,86% na véspera, apresentando um rendimento de 1,35% nesta quarta.
Commodities disparam e Petrobras repassa preços
A Petrobras informou, na última terça, que reajustará o preço do gás natural em 7%. Nesta semana, a estatal já havia dito que elevaria os preços de gasolina, diesel e gás de cozinha as refinarias e distribuidoras.
Segundo a estatal, de abril a junho, o petróleo teve alta de 13%, seguindo a tendência das commodities globais, enquanto o real teve valorização de cerca de 4% em relação ao dólar — o que tem sido revertido nos últimos dias.
“A variação decorre da aplicação das fórmulas negociadas nos contratos de fornecimento, que vinculam o preço à cotação do petróleo e à taxa de câmbio”, explica a companhia em fato relevante arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Questionado por jornalistas, o vice-presidente Hamilton Mourão disse que a empresa precisa acompanhar os preços internacionais, caso contrário todo o País sofreria.
Especialistas têm entendido que os reajustes devem aliviar a pressão na margem operacional da empresa, que tem sido afetada pela alta global no preço das matérias-primas nos últimos meses.
As ações da Petrobras operam em estabilidade neste pregão, após despencarem 4% na véspera.
Varejo sobe 1,4% em maio ante abril, abaixo das expectativas
As vendas do varejo avançaram 1,4% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta.
O resultado veio menor do que a mediana de 2,50% nas projeções realizadas pelo jornal O Estado de S.Paulo, cujo intervalo de previsões ia de 0,60% a 4,40%.
Durante o mês de maio, quase todas as atividades do setor varejista reportaram crescimento nas vendas, com destaque para Tecidos, vestuário e calçados, que subiram fortes 16,8% na margem. Por outro lado, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos tiveram queda de 1,4%.
“O resultado das vendas do varejo para o mês de maio confirmou a continuidade do processo de recuperação do setor”, comentou em relatório Alejandro Ortiz Cruceno, economista da Guide Investimentos.
“A alta das vendas, assim como a forte revisão para o mês de abril, ocorre em consonância com a melhora continuada dos índices de confiança, tanto dos produtores quanto dos consumidores. O avanço da vacinação também fornece terreno fértil para que o consumo siga.”
Maiores altas do Ibovespa
Confira as maiores altas do índice Ibovespa, por volta das 13h56:
- Ultrapar (UGPA3): +4,76%
- Magazine Luiza (MGLU3): +4,32%
- Raia Drogasil (RADL3): +4,18%
- Weg (WEGE3): +4,11%
- Locaweb (LWSA3): +3,90%
Maiores baixas do Ibovespa
No mesmo horário, as maiores baixas do Ibovespa eram:
- Gol (GOLL4): -0,88%
- CVC (CVCB3): -1,52%
- Braskem (BRKM5): -1,54%
- PetroRio (PRIO3): -2,87%
- Banco Inter (BIDI11): -2,90%
Bolsas mundiais
Além do índice Bovespa, confira a cotação dos principais índices mundiais nesta tarde:
- S&P 500: +0,24%
- DAX 30 (Alemanha): +1,17%
- FTSE 100 (Inglaterra): +0,71%
- Euro Stoxx 50: +0,64%
- SSE Composite (Xangai): +0,66% (fechada)
- Nikkei 225 (Japão): -0,96% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última terça com uma queda de 1,44%, para 125.094,88 pontos.