Compras emergenciais de títulos devem ser encerradas com fim da pandemia, diz BCE

O Programa de Compras Emergenciais da Pandemia (PEPP, na sigla em inglês) do Banco Central Europeu (BCE) deve ser encerrado assim que a situação de emergência sanitária na zona do euro terminar e a economia da região apresente fundamentos sólidos para crescer sem o apoio excepcional, segundo avalia o dirigente do BCE, Jens Weidmann, em discurso publicado no site do Bundesbank, o BC da Alemanha, nesta segunda-feira (28).

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“Graças aos resultados realizados na vacinação contra a covid-19, a economia da zona euro está agora saindo da crise. Isso tem consequências para o PEPP, pois o programa está claramente vinculado à pandemia”, opinou o dirigente do BCE, defendendo a redução dos estímulos monetários e fiscais uma vez que a pandemia seja superada.

Caso a emergência sanitária na zona do euro não se estenda além do esperado, 2022 não correrá o risco de ser “mais um ano de crise”, segundo Weidmann.

“De acordo com as previsões atuais, o produto econômico na zona do euro já ultrapassaria sem mais apoio monetário o seu nível anterior à crise no primeiro trimestre de 2022. E a previsão sugere que a subutilização das capacidades macroeconômicas no bloco no próximo ano deixará de ser excepcional”, afirmou o banqueiro central.

Ele ainda comentou que as condições de financiamento na zona do euro seguem baratas, apesar da alta nos rendimentos de títulos soberanos na Europa, “à medida que a inflação se move à meta do BCE”, de cerca de 2% ao ano.

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Promover aperto monetário agora seria prematuro e um risco à recuperação, diz BCE

O Banco Central Europeu deve garantir que a sua política monetária siga amparando a recuperação da economia da zona do euro, e um aperto das condições financeiras agora seria prematuro e poderia arriscar a retomada da atividade na região, afirmou a presidente da instituição, Christine Lagarde, em discurso ao Parlamento Europeu nesta segunda-feira (21).

Ainda sobre a política monetária, a dirigente disse que a experiência do BCE com a adoção de taxa de juro negativa tem sido “positiva”, e os benefícios superam os riscos.

“Temos evidências claras de que o corte da taxa de depósito abaixo de zero proporcionou estímulo econômico adicional, pois contribuiu para taxas de empréstimo mais baixas a empresas e famílias”, avaliou Lagarde hoje.

Lagarde também defendeu o Programa de Compras Emergenciais da Pandemia (PEPP, na sigla em inglês) e as Operações de Refinanciamento de Prazo Mais Longo Direcionadas (TLTROs), medidas adotadas pelo Banco Central Europeu.

Segundo ela, essas ferramentas devem elevar o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro em 1,8 ponto porcentual e a inflação em 1,2 ponto, entre 2020 e 2023.

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Espaço para redução

Christine Lagarde afirmou ainda durante a audiência no Parlamento Europeu na última segunda-feira (21), que as taxas de juros na zona do euro não estão no “limite inferior efetivo”, e a entidade ainda tem espaço para reduzi-las caso necessário.

Veja Também: BCE prevê inflação com avanço no restante do ano, mas de forma temporária

“Ainda temos espaço para manobrar nossa política monetária, caso seja apropriado”, afirmou a dirigente do BCE, após reafirmar que o patamar abaixo de zero da taxa de juro para depósitos tem sido positivo para a zona do euro.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Rafaela La Regina

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