Dirigente do Fed admite inflação alta, mas defende contínuo apoio monetário
Enquanto os mercados acompanham atentamente sinais de aperto da política monetária, o presidente da distrital do Federal Reserve (Fed) em Nova York, John Williams, afirmou que está “focado” em fornecer apoio “apropriado” à recuperação da economia dos Estados Unidos. Em entrevista à Bloomberg TV, Williams admitiu que as leituras recentes de inflação estão “altas” e devem ser monitoradas de perto.
Pelos cálculos dele, os índices de preços devem subir a 3,5% até o fim do ano – acima da meta de 2% do Fed -, mas cair a partir de 2022.
Apesar disso, o dirigente, que tem direito a voto nas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), acredita que ainda vai demorar até que a taxa básica de juros seja elevada. Na visão dele, embora a maior economia do planeta esteja na direção do pleno emprego, ainda há um longo caminho até que esse objetivo seja alcançado.
Williams comentou ainda que o Fed espera “progressos significativos” na atividade econômica antes de tomar decisões sobre ajustes no programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês). Segundo ele, o principal objetivo do QE não é “injetar dinheiro” no sistema, nem impulsionar um setor específico, como o imobiliário, mas “criar condições estáveis” à economia.
O líder da regional nova-iorquina minimizou o aumento recente da demanda pelas operações reversas de recompra (repo reversas), em que instituições financeiras deixam dinheiro no Fed. Para ele, a iniciativa está funcionando normalmente.
Dirigente do Fed ainda não vê requisitos alcançados para redução de estímulos
A presidente da distrital do Federal Reserve em Cleveland, Loretta Mester, disse nesta terça-feira que a economia ainda não alcançou os requisitos da autoridade monetária para a redução de estímulos, processo conhecido como “tapering”. Segundo ela, apesar dos progressos recentes, “a pandemia ainda não acabou”.
Mester destacou que a política do Fed está em um “bom caminho” e que, embora tenha atingido a meta de inflação a 2%, ainda não chegou ao pleno emprego.
Para ela, é preciso haver mais avanços nessa área antes de começar a pensar em aperto das condições. “O principal foco da nossa política é a compra de ativos, não os juros”, ressaltou.
A dirigente pontuou que acredita que a reabertura das escolas ajudará na recuperação do mercado de trabalho.
Na visão dela, os riscos para a inflação no momento são de alta, mas essa pressão deve diminuir. A dirigente do Fed destacou ainda que o último processo de “tapering”, após a crise de 2008, serve de modelo para o futuro.
Com informações do Estadão Conteúdo