Dólar tem queda de 1%, a R$ 5,03, com decisões monetárias no radar
O dólar hoje inicia a semana em queda com o mercado atento ao desdobramento da política monetária nos Estados Unidos.
Por volta das 11h10, nesta segunda-feira (21), o dólar tinha queda de 1,06%, negociado a R$ 5,04. Além disso, os investidores brasileiros devem acompanhar a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) durante esta semana.
Notícias que vão movimentar o dólar hoje
- Fed aperta sua política monetária mais cedo do que esperado
- CPI da Covid avalia incluir Bolsonaro entre os investigados
- Investidores esperam ata do Copom
Investidores ainda estão atentos a possível retirada de estímulos do Fed
O mercado teme a retirada de estímulos monetários do Banco Central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), que havia se intensificado durante a pandemia. De acordo com o presidente do Fed, Jerome Powell, há risco de que a inflação supere as projeções da instituição.
Na semana passada, o Fed decidiu manter a taxa de juros referencial no intervalo entre 0% e 0,25%, uma decisão já aguardada. O interessante foi a previsão da autoridade monetária central norte-americana de um aumento da taxa de juros até o fim de 2023, antes do previsto.
Powell afirmou que está na hora de começar a ‘falar sobre falar’ de subir taxa de juros e reduzir os estímulos à economia.
“Os mercados principalmente a Bolsa deu uma piorada na semana passada por conta da sinalização do Fed que irá começar a apertar sua política monetária mais cedo do que se imaginava, esse sentimento parece estar permeando nos mercados ainda hoje e a cautela deve continuar” , disse a economista do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli.
CPI da Covid
Os membros da CPI da Covid discutem sobre incluir ou não o presidente da República, Jair Bolsonaro, no rol de investigados. Na semana passada, a comissão anuncia que investiga 14 pessoas, entre elas estão o ministra da Saúde Marcelo Queiroga e seu antecessor Eduardo Pazuello.
Um grupo de juristas já estuda, a pedido da CPI, os crimes que podem ser imputados ao presidente e outras autoridades por ações e omissões no combate à pandemia de covid-19. Desde o dia 11 de junho, especialistas avaliam em quais delitos poderiam ser enquadrados atos como escolhas administrativas deliberadamente equivocadas e desinformação.
“Aqui no Brasil as discussões em torno da CPI da Covid e o quadro ainda grave da pandemia a despeito do avanço da vacinação em vários estados devem continuar ditando o tom do mercado. Portanto, é possível que a gente ainda veja bastante volatilidade sobretudo no dólar”, analisou a economista.
Ata do Copom
Na terça-feira (22), será apresentada a Ata do Copom, em que a autoridade monetária poderá dar mais detalhes sobre seu cenário básico e os riscos, ajudando analistas, que atualmente se dividem nas projeções de alta de 0,75 ponto percentual ou 1 p.p. no próximo encontro, o que também afeta a visão da Selic para o fim do ano.
Além disso, na quinta-feira (24) o diretor de Política Econômica, Fabio Kanczuk, e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, realizam coletiva para apresentar o Relatório Trimestral de Inflação, o que também complementará as avaliações do mercado sobre o Copom.
“Ao longo da semana os investidores devem ficar de olho na divulgação da Ata do Copom no Brasil e nos discursos dos dirigentes do Fed”, concluiu Quartaroli.
Cotações das principais moedas
- Euro: -0,13% // R$ 6,00
- Libra: +0,24% // R$ 7,01
- Yuan:-0,60% // R$ 0,78
Última cotação do dólar
Na última sessão, sexta-feira, o dólar encerrou o pregão em alta de 0,92%, a R$ 5,07.