Índice sobre comércio da OMC cai a menor nível em 9 anos e gera alerta
O índice trimestral da Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre o comércio mundial de mercadorias caiu nesta terça (19) para 96,3 pontos, o menor nível em nove anos.
A queda no índice da OMC é um alerta para uma desaceleração que começa a se mostrar mais evidente. A piora na economia global pode, inclusive, ser acentuada com um eventual recrudescimento da guerra comercial entre Estados Unidos e China.
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O indicador de perspectivas trimestrais da organização é composto por sete guias do comércio. Ele é baseado em alguns fatores:
- Volume de comércio de mercadorias no trimestre anterior;
- Pedidos de exportação;
- Frete aéreo internacional;
- Taxa de transferência do porto de contêineres;
- Produção e venda de automóveis, componentes eletrônicos e matérias-primas agrícolas.
A queda do índice nesta terça levou ao ponto mais baixo desde março de 2010, quando marcou 98,6 pontos. Quando a pontuação fica abaixo de 100, significa que o crescimento do comércio está abaixo da tendência.
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“Essa perda sustentada da força destaca a urgência de reduzir as tensões comerciais, que, juntamente com os riscos políticos contínuos e a volatilidade financeira, podem anteceder uma desaceleração econômica mais ampla”, informou a OMC em comunicado.
Em setembro passado, a organização reduziu sua previsão de crescimento da economia mundial para 2019 de 3,9% para 3,7%. A projeção, entretanto, pode ser mudar, pois a OMC considerou que ouros desenvolvimentos políticos podem infligir numa desaceleração ou numa recuperação maiores.
Projeções nacionais
A desaceleração da economia global é inclusa nos mais diversos cálculos de projeções da economia. Nesta terça (19), o Itaú anunciou em seu evento trimestral sobre macroeconomia que reduziu a previsão do crescimento do PIB do Brasil em 2019 por conta de alguns fatores, entre eles o menor crescimento do PIB global.
As projeções para a economia do mundo não vão bem. Embora a economia dos Estados Unidos continue crescendo, ela está perdendo o dinamismo, na medida em que o restante do mundo vai desacelerando, segundo o economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita. “Na China, a gente observa alguma estabilização da atividade. A preocupação é com a Europa. O único país com capacidade de fazer políticas anticíclicas é a Alemanha”, afirmou. “E líderes como a [premiê alemã, Angela] Merkel parecem estar perdendo influência, diminuindo a capacidade de resposta”.