Nestlé e Cargill não podem ser processadas nos EUA por abusos na Costa do Marfim

A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu nesta quinta-feira (17) que a Nestlé USA e a Cargill não podem ser processadas nos tribunais dos EUA por abusos supostamente cometidos na Costa do Marfim, onde são acusadas de obter cacau de plantações que exploravam trabalho forçado infantil. A ação contra as empresas é originalmente de 2005, por supostos abusos que começaram nos anos 1990s.

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Na decisão, o juiz Clarence Thomas alegou que as acusações contra a Nestlé e a Cargilll não tinham ligação suficiente com os EUA. “Quase todas as condutas que eles dizem ter auxiliado e estimulado o trabalho forçado – o fornecimento de treinamento, fertilizantes, ferramentas e dinheiro para fazendas no exterior – ocorreram na Costa do Marfim”, escreveu o juiz.

De acordo com os autores da ação, crianças com idade entre 12 e 14 anos eram obrigadas a trabalhar 14 horas por dia em plantações de cacau, seis dias por semana. As crianças teriam sido traficadas do Mali para a Costa do Marfim.

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As empresas alegaram que não eram donas das plantações onde os abusos aconteceram e que são contra o trabalho infantil. Cargill e Nestlé não operavam as plantações, mas, de acordo com as acusações, as empresas sabiam que a cadeia de suprimentos usava trabalho forçado de crianças para produzir cacau a preços baixos.

Cargill e Nestlé também argumentaram que, de acordo com o direito internacional, apenas indivíduos podem ser responsabilizados por violações, não empresas.

As companhias não responderam imediatamente a pedidos para comentar a decisão da Suprema Corte.

Nestlé investirá mais de R$ 900 mi em suas operações no Brasil em 2021

A maior empresa de alimentos do mundo, Nestlé, anunciou neste mês que investirá mais de R$ 900 milhões em suas operações no Brasil neste ano. O montante corresponde ao maior valor dos últimos cinco anos.

Em nota, a Nestlé lembra que nos últimos quatro anos investiu mais de R$ 2 bilhões nas operações no Brasil. No ano passado, a companhia investiu cerca de R$ 771 milhões, “especialmente em modernização e ampliação de linhas nas fábricas, otimização e melhoria da produtividade, incremento de capacidade nas fábricas para garantir sustentabilidade das operações e projetos de inovação em produtos, tecnologia e embalagens”.

Já em relação à esse ano, dos R$ 900 milhões, 85% do valor será destinado à automação, modernização e expansão da capacidade produtiva, à eficiência energética e processos sustentáveis nas unidades fabris. O restante do valor, segundo a empresa, será destinado à vendas e logística de distribuição, bem como gestão e recursos relacionados com tecnologia e atividades administrativas.

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A companhia pretende expandir sua produção na unidade de Montes Claros, em Minas Gerais, com uma nova linha de cápsulas de Nescafé Dolce Gusto. Além disso, parte dos recursos será destinada para transformação digital e indústria 4.0, com robôs e outras tecnologias que ampliam a eficiência e produtividade.

Também estão nos planos a ampliação da capacidade e novas linhas de produtos nas plantas em Caçapava (SP), São José do Rio Pardo (SP), Feira de Santana (BA), Araras (SP) e Ibiá (MG).

“O ano também será de aportes em eficiência energética e sustentabilidade nas operações industriais, com destaque para as plantas de Araçatuba, Ibiá e São José do Rio Pardo, como projetos de caldeiras com uso de biomassa e novas instalações para aproveitamento de água”, explica a Nestlé.

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Rafaela La Regina

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