Em dia de Copom, dólar apresenta queda de 0,2%, a R$ 5,03
Em dia de Super Quarta — decisão monetária dos Estados Unidos e do Brasil — o dólar tem leve queda com mercado atento aos principais acontecimentos do dia de hoje.
Por volta das 10h40, o dólar hoje apresentava uma variação negativa de 0,20%, negociado a R$ 5,03. O mercado internacional, assim como o câmbio, está à espera da definição de política monetária do Banco Central dos Estados Unidos, Federal Reserve (FED), que deve se pronunciar às 16h (horário de Brasília).
Além disso, aqui no Brasil tem o Comitê de Política Monetária (Copom) que também deve divulgar a decisão monetária do País. A expectativa é que a taxa básica de juros (Selic) deve elevar para 4,25% e retirar parcialidade de ajuste monetário.
Ademais, os embates políticos sobre a votação da Medida Provisória (MP) que viabiliza a privatização da Eletrobras (ELET3) está no radar do investidor.
Fed deve manter taxa próximo de zero e foco é na retirada de estímulos
Nos EUA, o Fed se pronunciará às 16h (horário de Brasília), sendo amplamente esperado que as taxa de juros referenciais permanecem zeradas. O mercado, contudo, quer acompanhar o posicionamento da autoridade monetária frente à inflação.
De acordo com a economista-chefe do banco Ourinvest, Fernanda Consorte, a principal expectativa é sobre o debate da retirada de estímulos que impacta diretamente no dólar.
“Hoje é a Super Quarta, ou seja, dia de decisão de juros nos Estados Unidos e no Brasil. Nos EUA o Fed deve manter o juro perto de zero, mas a expectativa é se ele avançará ou não no debate sobre a retirada de estímulos monetários, que por si só já seriam uma pressão adicional para as moedas emergentes”, analisou a economista.
Copom deve elevar Selic e retira parcialidade de ajuste monetário
Já no Brasil, as apostas predominantes do mercado são de que a taxa Selic será elevada de 3,5% para 4,25%, como o Copom do Banco Central já adiantou na ata da última reunião, no início de maio.
Especialistas estimam que o Copom deva acentuar o ciclo de alta da Selic, retirando o termo “parcial” do ajuste monetário vigente. Na análise da economista, se o valor do ajuste vier maior do que o esperado o dólar pode ter uma reação negativa.
“Aqui no Brasil se espera que o Copom retire do comunicado o trecho sobre ‘ajuste parcial do juros’ e leve a taxa Selic para 4,25% porém se vier ajuste maior devemos ter uma forte reação para baixo da taxa de cambio dado o choque de credibilidade, lembrando que o mercado está bastante assustado com a inflação” .
Crise hídrica piora clima de votação da MP da Eletrobras
No âmbito político e corporativo, é destaque nesta quarta-feira a votação da MP da Eletrobras que acontece hoje no Senado Federal.
A iminência da publicação de medida provisória que abre caminho para o racionamento de energia, com o agravamento da crise hídrica, pode prejudicar o clima de votações da proposta que permite privatizar a companhia.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), tem manifestado incômodo com a intenção do governo de restringir o reservatório da hidrelétrica de Furnas, no sul de Minas Gerais, e priorizar o uso da água para energia. Pacheco decidiu pautar para quarta-feira (16) a MP que abre caminho para a privatização da Eletrobras, mesmo sem acordo para aprovação.
“A falta de acordo político para a votação da MP da Eletrobras pautada hoje no Senado é mais um dos focos das incertezas da Super Quarta”, concluiu Consorte.
Última cotação do dólar
Na última sessão, terça-feira (15), o dólar encerrou em queda de 0,55%, negociado a R$ 5,04.