Carrefour (CRFB3) fecha acordo de R$ 115 milhões para combater racismo após caso João Alberto

O Carrefour (CRFB3) fechou acordo de R$ 115 milhões para ações de combate ao racismo na noite desta sexta-feira (11) em referência ao caso da morte de João Alberto Silveira Freitas, homem negro que foi assassinado em uma unidade da rede de supermercados em Porto Alegre.

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O acordo que conta com a rubrica do Carrefour é um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que prevê que o valor seja destinado à políticas de enfrentamento ao racismo.

As negociações para que o acordo fosse fechado levaram cerca de seis meses, com reuniões recorrentes da rede com entidades e movimentos sociais.

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Do montante de R$ 115 milhões, serão R$ 74 milhões para oferta de bolsas de educação formal, R$16 milhões para um projeto museológico, campanhas educativas e projetos sociais de combate ao racismo, e também R$ 10 milhões para projetos de inclusão social.

Além disso, R$ 15 milhões restantes serão destinados à outras atividades referentes ao combate ao racismo.

Carrefour havia avançado nas tratativas recentemente

Na quarta-feira (9) o Carrefour já havia citado que avançou nas tratativas e, agora, nesta sexta (11), chega à conclusão.

A rede de supermercados disse, em nota divulgada, que “através deste termo, o grupo reafirma seu compromisso irrevogável de lutar contra o racismo e de atuar como um agente de transformação da sociedade“.

Além disso, seguiu: “Passados poucos mais de seis meses do ocorrido, além da celebração do acordo, o grupo já indenizou todos os membros da família da vítima, reformulou o modelo de segurança nas lojas e vem colocando em prática os demais compromissos assumidos publicamente desde novembro para combater o racismo e promover a equidade”.

O TAC firmado envolve as seguintes entidades e instituições:

  • Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul (MPRS)
  • Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul (DPE-RS)
  • Ministério Público Federal (MPF)
  • Ministério Público do Trabalho (MPT)
  • Defensoria Pública da União (DPU)
  • Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes e Centro Santo Dias de Direitos Humanos (Educafro)

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Atualmente, seis pessoas ainda respondem pelo crime, sendo dois seguranças que estão presos. Além deles, um fiscal e outros funcionários da empresa terceirizadas estão dentro dos trâmites judiciais, em liberdade.

Relembre o caso

O assassinato de João Alberto ocorreu em 19 de novembro de 2020, quando o homem de 40 anos foi espancado até a morte por seguranças no Carrefour.

A unidade do supermercado é localizada no bairro Passo D’Areia, na Zona Norte de Porto Alegre.

Na ocasião, João Alberto havia sido conduzido para a saída do supermercado por duas pessoas após ter se desentendido com uma funcionária do estabelecimento.

Quando estava na porta, desferiu um soco em um segurança, o que gerou uma reação dele e de seu colega. Ambos imobilizaram o João Alberto no chão e o espancaram até a morte.

O Caso do Carrefour trouxe à pauta, na época, a decisão sobre o ambiente, social e governança corporativa (ESG) e as responsabilidades sociais de grandes companhias, em momento que o debate sobre o racismo se mostrava mais inflamado.

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Eduardo Vargas

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