Brasil e China precisam demais um do outro, diz Mourão

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou na última quinta-feira (14) que Brasil e China precisam manter boas relações.

De acordo com o Mourão, Brasil e China possuem uma dependência muito forte para ser interrompida de uma hora para outra. Durante as eleições presidenciais, Jair Bolsonaro criticou o país asiático e o acusou de querer “comprar o Brasil”. Logo após ser eleito, a potência asiática fez um duro alerta a Bolsonaro em um editorial no jornal “China Daily”.

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“A China tem uma fome por commodities e commodities é o nosso grande carro-chefe de produção e exportação, então é algo que não pode ser abandonado e cortado da noite para o dia”, disse o vice-presidente Hamilton Mourão, em entrevista a “Bloomberg” no seu gabinete em Brasília.

Mourão acrescentou ainda que Brasil e China precisam manter um diálogo maduro. “Essa relação nossa com a China tem de se dar em termos de países adultos, que compreendem a importância de cada um, a relevância de cada um, sem uma relação de subordinação, obviamente.”

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Além disso, o vice-presidente disse que os dois países precisam buscar um benefício mútuo, tratando os diálogos “em pé de igualdade, no olho no olho”.

Tributos

Mourão também falou sobre as propostas de abertura de mercado. No último dia 06, o governo de Jair Bolsonaro anunciou que iria acabar com as tarifas antidumping sobre a importação de leite em pó vindo da União Europeia e a Nova Zelândia. Porém, a notícia provocou reações de produtores nacionais.

Devido as pressões do setor, o governo decidiu aumentar os impostos de importação para a compra de leite em pó europeu. A alíquota subiu de 28% para 42,8%. A alta compensou o fim da medida.

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Para o vice-presidente, é preciso fazer uma reforma tributária antes de abaixar taxas de importação.

“Se nós não reorganizarmos a questão dos tributos, principalmente a nossa indústria não suporta um choque de competitividade”, disse Mourão. “Como é que você vai competir, a gente com uma carga de 35% de imposto nas costas contra países que têm 22%, 20%, 19%?”, questiona.

Renan Dantas

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