Ibovespa permanece no vermelho, mas Eletrobras (ELET3) se destaca com privatização no radar
O Ibovespa diminuiu as perdas no pregão desta quarta-feira (19), mas ainda continua em campo negativo, acompanhando o mau humor nos ativos de risco ao redor do mundo. Os mercados norte-americanos esperam por novas pistas da política monetária no país, enquanto os investidores locais permanecem de olho na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.
Por volta das 12h58, o Ibovespa recuava 0,45%, para 122.432 pontos. No âmbito corporativo, a Eletrobras se destaca pela expectativa de mudança no texto do relator da Medida Provisória (MP) da privatização da companhia. É esperado que o texto seja votado na Câmara ainda hoje. As ações têm forte alta.
O modelo de privatização da empresa prevê a emissão de novas ações a serem vendidas no mercado, resultando na perda do controle acionário da União. De acordo com o planejamento do Ministério de Minas e Energia, a privatização deve ser finalizada até o começo do ano que vem e girar em torno de R$ 100 bilhões.
“Em caso de privatização a Eletrobras se tornará menos endividada por conta de planos de desinvestimentos de ativos não-estratégicos e mau geridos”, comentou a corretora Guide. “A empresa poderá tornar-se mais rentável o que permitirá que ela volte a participar de leilões, e até mesmo fazer aquisições estratégicas.”
Os frigoríficos, que pesaram sobre o índice no último pregão, procuram uma tendência de recuperação. A BRF, que foi a única empresa a subir na véspera, lidera as altas do Ibovespa. A Minerva (BEEF3), a mais impactada pelas restrições de exportação na Argentina, opera próxima da estabilidade.
As empresas ligadas à siderurgia e mineração, por sua vez, sustentam a baixa do índice. O governo chinês informou que tomará medidas para estabilizar os preços nos mercados de aço e minério de ferro, e disse que espera que a alta das commodities tenha um arrefecimento no segundo semestre.
Com isso, as ações de CSN, Vale e Gerdau recuam e contribuem para o dia vermelho por aqui. Na última semana, o minério chegou a bater sua máxima histórica, impulsionada por uma forte demanda e conflitos geopolíticos, seguida de uma forte queda. A volatilidade e o patamar alto de preços deve continuar até o fim do ano, segundo especialistas.
O que sobe e o que cai no Ibovespa
- BRF (BRFS3): +5,65%
- Eletrobras PN (ELET6): +4,96%
- Eletrobras ON (ELET3): +4,49%
- Cemig (CMIG4): +3,17%
Ontem, a Rede D’Or (RDOR3) anunciou um follow-on que pode movimentar até R$ 6,7 bilhões. Segundo a empresa, os recursos líquidos levantados serão utilizados para arcar com a construção de novos hospitais e para realizar aquisições de novos ativos no “curso regular do negócio”.
“A notícia causa estranheza pelo fato da Família Moll, que administra e gere a Rede D’Or, estar também vendendo parte de sua posição”, citou a Ativa Investimentos. “Embora a companhia se encontre em um cenário onde seus principais competidores estão capitalizados para financiar projetos de expansão, consideramos como negativo o fato da maior parte da oferta ser secundária.”
Do lado negativo, os destaques são:
- Metalúrgica Gerdau (GOAU4): -2,68%
- Vale (VALE3): -2,81%
- Embraer (EMBR3): -3,41%
- CSN (CSNA3): -3,98%
Última cotação
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última terça com uma alta de 0,03% a 122.979 pontos.