Ibovespa ensaia recuperação, mas queda do minério emperra otimismo
O Ibovespa abriu em alta nesta quinta-feira (13), após registrar seu pior pregão desde março na véspera. As preocupações vindas do exterior fizeram com que o mercado brasileiro apagasse a reação frente os balanços corporativos da semana.
Por volta das 10h40, o Ibovespa subia 0,86%, para 120.736 pontos. Nesta manhã, os índices norte-americanos procuram uma recuperação, embora o tema da inflação continue no radar com os preços aos produtores. As Treasuries de 10 anos também operam em alta, no maior nível em um mês.
O cenário internacional também pesa sobre a Bolsa brasileira com a queda do minério de ferro. A cotação da commodity chegou a cair quase 10% na China nesta madrugada, uma pausa no rali dos últimos dias que levou a preços nas máximas históricas.
Embora a correção das cotações impacte o pregão nesta quinta, a demanda pela matéria-prima ainda é sólida, sobretudo nos Estados Unidas e China, onde investimentos em infraestrutura são usados para combater os impactos da pandemia na economia. Tensões geopolíticas também pressionam os preços.
Com isso, a Vale, maior posição da carteira teórica do Ibovespa, chegou a cair 3% nos primeiros negócios do dia. As empresas ligadas à siderurgia, destaques neste ano, também caem e fazem o preço do índice.
No âmbito econômico, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), prévia mensal do Produto Interno Bruto (PIB), caiu 1,59% em março de 2021 na comparação com fevereiro. O resultado, contudo, foi melhor do que o esperado.
A expectativa dos economistas, de acordo com uma projeção da Bloomberg, era de uma queda de 3,40% na comparação com o mês anterior. Frente a março de 2020, princípio da pandemia no Brasil, a alta foi de 6,26%, acima do esperado.
A temporada de resultados corporativos segue a todo vapor no Brasil. Ontem, a Via divulgou seus resultados do primeiro trimestre deste ano, com uma alta de 1.284,6% no lucro líquido, para R$ 180 milhões. Mesmo que com itens não recorrentes, a empresa marcou o quinto trimestre consecutivo de lucros.
A Hering (HGTX3), que esteve sob o radar do mercado nas últimas semanas, fez seu lucro saltar 291,8% no primeiro trimestre, para R$ 19,7 milhões. A receita líquida teve um avanço tímido de 4,8%, para R$ 285,1 milhões. Vale ressaltar que a despesa operacional diminuiu em 3,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
“A Cia Hering parece ter deixado para trás a má fase que enfrentou em 2020, devido a reabertura de lojas que vem ocorrendo gradualmente”, comenta a corretora Guide em relatório. “Entretanto, o aumento do lucro líquido em quase 3 vezes foi largamente influenciado pelo resultado financeiro líquido não recorrente”, comenta o analista Luis Sales, atribuindo um aspecto marginalmente positivo às ações da empresa.
Destaques do Ibovespa
Confira as maiores altas e maiores baixas as empresas que fazem parte do Ibovespa, por volta das 10h50:
- Natura (NTCO3): +5,57%
- YDUQS (YDUQ3): +6,19%
- Via (VVAR3): +3,33%
- Intermédica (GNDI3): +2,33%
- Iguatemi (IGTA3): +3,17%
- Vale (VALE3): -0,87%
- Marfrig (MRFG3): -0,89%
- BRF (BRFS3): -1,76%
- CSN (CSNA3): -1,36%
- Bradespar (BRAP4): -1,91%
Bolsas mundiais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa agora:
- Nova York (S&P 500) futuro: +0,77%
- Londres (FTSE 100): -0,97%
- Frankfurt (DAX 30): -0,16%
- Paris (CAC 40): -0,14%
- Milão (FTSE/MIB): +0,05%
- Hong Kong (Hang Seng): -1,81% (fechada)
- Xangai (SSE Composite): -0,96% (fechada)
- Tóquio (Nikkei 225): -2,49% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última quarta com uma queda de 2,65%, a 119.710,03 pontos.