Itaú Unibanco (ITUB4): Economia já está no mesmo nível pré-pandemia

O Itaú Unibanco (ITUB4) constatou que a atividade econômica brasileira está no mesmo nível do pré-pandemia, segundo o Indicador Diário de Atividade (IDAT), criado pelos economistas do banco. O índice mostra uma recuperação do emprego em níveis parciais, com estabilidade do consumo de serviços para o próximo trimestre.

 

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O índice é uma junção dos dados de consumo de energia pelas empresas e das transações de gastos com cartão de crédito nos setores de bens e serviços. Em maio, pela primeira vez o Idat atingiu um nível pré-covid, em 108 pontos. A média móvel de sete dias bateu em 100 também pela primeira vez.

“Por três vezes o indicador [IDAT] chegou perto dos 100 pontos, mas não ultrapassou. Agora sim. Esperava-se uma contração maior da economia neste início de ano, mas isso não aconteceu”, disse Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco.

O IDAT é atualizado semanalmente e possui um indicado somente para estudar a empregabilidade, o IDAT-Emprego. Outros estudos – Caged e PNAD, por exemplo – tem uma frequência mais espaçada e apresentam uma margem de erro fixa, já que os dados saem sempre com uma certa defasagem de tempo.

O IDAT tem números menos otimistas do que o Caged, porém com indicadores mais altos do que a PNAD. O pior momento do índice foi entre julho e agosto de 2020. Após esse bimestre, sucede-se uma retomada vertiginosa, com uma curva praticamente idêntica à do Caged.

“Esse ano é o ano da recuperação da economia pós-covid. O emprego tende a ir se recuperando ao longo do ano, pois o PIB já recuperou, o que afeta o mercado com alguma margem. Essa queda do desemprego seria maior se não fosse o número de pessoas que está procurando emprego, que está na conta [do IDAT] também. A projeção do ano que vem é de que a atividade econômica desacelere”, afirma Luka Machado Barbosa, VP Macro Research do Itaú.

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O segmento, aliás, mantém perspectivas positivas para os próximos meses, considerando os dados relativos à pandemia.

Com boa parte dos idosos acima de 60 anos já vacinados e uma queda de hospitalizações em grandes metrópoles, a tendência é de que a circulação de consumidores fique estável ou cresça no próximo trimestre, sem novas restrições intensas à frente.

“Não teremos um próximo superciclo de commodities”

Apesar da alta de preço nas commodities, a avaliação do economista-chefe do Itaú é de que não há indicativo de um próximo “superciclo”.

“A redução de estímulo quantitativo deve começar ao longo do ano que vem. Esse ano de 2021 favorece o real, mas não será esse caso no ano que vem. Não mencionamos isso, mas por ora, podemos ter commodities com preços sustentáveis, mas não achamos que estamos em um superciclo de commodities. O superciclo de 10 e 15 anos atrás tinha muito a ver com o andamento da economia chinesa – o risco fiscal segue elevado”, afirma Mesquita.

As commodities foram o “grande vilão” da inflação neste ano, em especial o petróleo, avalia a economista Julia Passabom Araujo, do Itaú. “Essa parte de commodities agrícolas influenciou, especialmente na virada do ano, nos preços de grãos e afins, com preços em dólar. Isso contribui para o nosso desvio em relação a meta desse ano”, afirma.

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Mesquita segue com a avaliação de que o IGP “sente muito mais o preço de commodities” do que demais índices. O índice está projetado em 15,5% para este ano, ante 4% previstos para 2022.

Itaú mantém Selic a 5,5% e IPCA a 5,3%

Dentro das projeções, o Itaú segue com uma Selic que deve bater os 5,5% até o fim do ano e se manter estável em 2022. É ressaltada a política monetária expansionista, com projeção de meta de inflação de 1,6% em 2021.

Além disso, o dólar deve seguir em R$ 5,30, ao passo que 2022 deve ter uma taxa de câmbio em R$ 5,50. A previsão do Produto Interno Bruto (PIB) fica em 4%, enquanto o ano que vem deve ter um crescimento de 1,8%.

Taxa de juros depende do Fed

Avaliando o cenário de super estímulos nos EUA, há indicativo de uma taxa de juros estável, dada a relutância do Fed em falar acerca do tema.

“O Fed ainda está relutante em responder sobre taxa de juros. A nossa avaliação é de que, se o Fed não se mexer, a taxa de juros ficará pressionada e acaba se acomodando em um patamar próximo de 1,5% e 2%”, disse Mesquita, economista-chefe do Itaú.

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Eduardo Vargas

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