Uma questão de confiança
Ao longo das últimas semanas foram divulgados indicadores de confiança aqui no Brasil e, ao contrário do que estávamos observando no final do ano passado, voltamos a ver a confiança despencar em praticamente todos os setores. Houve queda acentuada nos dados de confiança do consumidor, da indústria e dos serviços no mês de março; e não é difícil imaginar o motivo desse comportamento, alguém arrisca? O avanço da pandemia no país, somado à inabilidade política da grande maioria de nossos governantes em minimizar tal problema não poderia resultar em outra coisa, senão, na crescente queda de confiança dos principais agentes da economia. Justificável!
As expectativas do empresariado e da população, bem como os indicadores de confiança, são importantes termômetros da economia do País. Ou seja, quanto mais otimismo, maior a propensão ao consumo e ao investimento e o contrário também é verdadeiro, concordam? E, claro, os aumentos dos investimentos e do consumo alimentam o crescimento econômico e a criação de empregos – assim esperamos e desejamos! Já em tempos de pessimismo, os investimentos e o consumo diminuem, desacelerando a atividade econômica – que é exatamente o que estamos sentindo na pele!
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A queda da confiança e das expectativas, além de sinalizarem que teremos possivelmente um Produto Interno Bruto (PIB) negativo entre os primeiro e segundo trimestres deste ano, aumenta a aversão ao risco no país e, portanto, pressiona nossa taxa câmbio. Para se ter ideia, o Real está entre as moedas emergentes que mais se depreciou desde o início da pandemia. Só perdeu para a Turquia, que também sofreu com desgastes políticos (como a demissão do presidente do Banco Central mais recentemente), e para a Argentina, que sofre com uma crise sistêmica e terá uma das contrações mais graves do continente por conta da pandemia. No mais, o Brasil continua sendo o patinho feio e está difícil visualizar quando nossa imagem irá melhorar novamente!
