Espanha e outros sete países reconhecem Guaidó como presidente
O presidente da Espanha, Pedro Sánchez, reconheceu Juan Guaidó como o presidente interino da Venezuela nesta segunda-feira (4). Os governos da Suécia, Reino Unido, França, Dinamarca, Áustria, Portugal e Holanda também fizeram o reconhecimento.
Do grupo europeu que havia dado um ultimato a Nicolás Maduro para convocar novas eleições presidenciais até o domingo (3), Madri foi o primeiro integrante a reconhecer Juan Guaidó.
Deputado pelo Partido Vontade Popular, Guaidó é o líder da Assembleia Nacional da Venezuela. Em 23 de janeiro, declarou-se presidente interino da Venezuela, e iniciou uma crise presidencial no País.
Reconhecimento de Guaidó
A Espanha, Suécia, Reino Unido, França, Dinamarca, Áustria, Portugal e Holanda foram os países que reconheceram Juan Guaidó nesta manhã.
“O governo da Espanha anuncia que reconhece oficialmente o presidente da Assembleia da Venezuela, o senhor Guaidó, como presidente encarregado da Venezuela para que convoque eleições presidenciais no menor prazo de tempo possível”, declarou Sánchez em discurso no Palácio de Moncloa.
Em paralelo, o governo sueco por meio da ministra dos Negócios Estrangeiros, Margot Wallström, afirmou que “nesta situação, apoiamos e consideramos Guaidó como o Presidente interino legítimo”. A fala de Margot Wallström foi dita à televisão pública SVT.
O ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, Jeremy Hunt, publicou em sua conta do twitter que a nação reconhece Juan Guaidó:
Nicolas Maduro has not called Presidential elections within 8 day limit we have set. So UK alongside European allies now recognises @jguaido as interim constitutional president until credible elections can be held. Let’s hope this takes us closer to ending humanitarian crisis
— Jeremy Hunt (@Jeremy_Hunt) 4 de fevereiro de 2019
“Nicolas Maduro não convocou novas eleições presidenciais dentro do limite de 8 dias que decidimos. Então, o Reino Unido juntamente com aliados europeus agora reconhecem @jguaido (Juan Guaidó) como presidente interino constitucional até que eleições credíveis possam ocorrer. Esperamos que isso nos aproxime do fim da crise humanitária”, diz o tweet.
Já o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, afirmou que ele “tem legitimidade para organizar eleições presidenciais”.
A Alemanha também estava no grupo europeu que impôs o ultimato para Nicolás Maduro. Tal nação deve reconhecer a autoridade do opositor de Maduro para exercer o poder Executivo ainda hoje.
Saiba mais – Guaidó diz que troca de governo na Venezuela favorecerá China e Rússia
Países que já reconheceram Guaidó
Confira abaixo as nações que já reconheceram Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela:
- Argentina
- Austrália
- Brasil
- Canadá
- Chile
- Colômbia
- Costa Rica
- Dinarmaca
- Equador
- Espanha
- Estados Unidos
- França
- Guatemala
- Honduras
- Israel
- Panamá
- Paraguai
- Peru
- Reino Unido
- Suécia
Na contramão, os países que declaram apoio ao governo do líder bolivariano são: Bolívia, China, Cuba, Irã, México, Nicarágua, Rússia e Turquia.
União Europeia e Nicolás Maduro
O líder bolivariano, por sua vez, não cedeu ao ultimato europeu.
“Por que a União Europeia (UE) tem que dizer a um país do mundo que já fez eleições que tem que repetir suas eleições presidenciais porque não ganharam seus aliados de direita?”, questionou Maduro, ao ser entrevistado em Caracas pela rede espanhola La Sexta.
Nicolás Maduro tomou posse da presidência da Venezuela em 10 de fevereiro, para um segundo mandato presidencial. Foi reeleito em eleições marcadas por denúncias de fraude, boicote da oposição e abstenção de 54% dos eleitores.
Assim, o episódio fez diversos países terem dúvidas acerca da legitimidade do mandato.
No encerramento do prazo do ultimato europeu, a União Europeia anunciou que fará uma reunião, em conjunto com o Uruguai, para dialogar com o bloco criado para encerrar a crise humanitária na Venezuela.
Possivelmente estarão presentes também os chanceleres da:
- Bolívia
- Costa Rica
- Equador
A iniciativa da União Europeia acentuou os desencontros no tom do bloco, em relação à abordagem dos Estados Unidos da América (EUA). Ontem, Donald Trump reconheceu que uma intervenção militar “é uma opção” para a crise.
Dentro do bloco econômico da UE, não há consenso referente ao reconhecimento de Guaidó como chefe de Estado. Afinal, isso abriria precedente para casos semelhantes, de autodeclaração.