Petrobras (PETR4) questiona ministério após declarações de Bolsonaro sobre gás
A Petrobras (PETR4) enviou ao governo seus questionamentos após o presidente da República, Jair Bolsonaro, ter declarado na última quarta-feira (8) que considera o reajuste do preço do gás em 39%, feito pela companhia como “inadmissível”.
“A Petrobras informa que indagou o seu acionista controlador, por meio do Ministério de Minas e Energia (MME), ao qual a companhia está vinculada, de acordo com a Lei 9.478/1997, sobre a existência de informações relevantes que deveriam ser divulgadas ao mercado”, comunicou a empresa na noite de ontem.
A companhia informou ainda em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que até o momento não recebeu a resposta do MME.
No evento, Bolsonaro ainda argumentou a favor da previsibilidade sobre os reajustes feitos pela Petrobras, e disse que “Não vou interferir, a imprensa vai dizer o contrário. Mas podemos mudar esta política de preços lá”, citando o general Silva e Luna, que deve comandar a companhia.
Em seu discurso, o mandatário apontou que Silva e Luna compreende que a estatal petroleira é uma empresa que precisa ter previsibilidade e transparência.
“É inadmissível se anunciar agora, o velho presidente ainda, um reajuste de 39% no gás. É inadmissível. Que contratos são esses? Que acordos foram esses? Foram feitos pensando no Brasil? Em um período de três meses?”, questionou o político.
Solicitando a ajuda do Congresso, o presidente apontou que a previsibilidade é para os consumidores. “Não pode toda vez que, porventura, sobe o preço do combustível mais alguns centavos, estes centavos serem multiplicados na ponta da linha pela voracidade na arrecadação de imposto. Não pode toda vez que diminui o preço do combustível, na bomba, no final, ele não diminuir”.
“Estou pedindo algo de anormal, querendo interferir em uma estatal? Ou querendo transparência?”, indagou ele.
O preço metro cúbico do gás natural vendido pela Petrobras a distribuidoras ficará 39% mais caro a partir do primeiro dia de maio. Quando a medição é feita pela relação dólar e MMBtu, o aumento será de 32%.
“A variação decorre da aplicação das fórmulas dos contratos de fornecimento, que vinculam o preço à cotação do petróleo e à taxa de câmbio“, explica a companhia no documento, publicado na última segunda-feira (5).
Última cotação
A ação da Petrobras (PETR4) estava nesta quinta-feira, por volta das 14h14 em uma queda de 1,08%, aos R$ 23,74.