BC não tem objeção sobre projeto cambial da forma que está, diz diretor
O diretor de Regulação do Banco Central (BC), Otavio Ribeiro Damaso, avaliou nesta segunda-feira (29) que o texto atual do projeto de modernização da legislação cambial, aprovado pela Câmara dos Deputados no mês passado, não tem nenhuma objeção por parte da autoridade monetária. O PL ainda precisa ser analisado pelo Senado.
“Se o Senado aprovar projeto cambial da forma que como está, não temos óbices. Vemos com bons olhos o relatório do deputado Otto Alencar Filho (PSD-BA),aprovado pela Câmara”, disse o diretor de Regulação do BC em videoconferência organizada pelo escritório Mattos Filho.
“A sociedade tem interesse no projeto, e esperamos que ele seja aprovado logo”, completou.
Encaminhado pelo Banco Central ao parlamento em outubro de 2019, o projeto atualiza as bases para que remessas de dólares entre Brasil e outros países sejam facilitadas e abre o caminho para as pessoas físicas possam abrir contas em moeda estrangeira no Brasil futuramente.
“Nós praticamente abolimos a figura do contrato de câmbio, que traz o peso de uma burocracia arcaica na transação. O projeto se esquiva desse termo para falarmos de operações cambiais como qualquer outro contrato do setor financeiro”, acrescentou Damaso.
Setor financeiro tem cenário positivo frente a revolução tecnológica, diz BC
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou, em evento do setor de cartões, que a velocidade exponencial da mudanças tecnológicas impacta o setor financeiro. Essa revolução, conforme ele, é perceptível, principalmente, no setor de meios de pagamentos.
“Ficou mais barato produzir dados primeiramente, depois guardar e, por último, analisar dados”, disse Campos Neto, durante a 14ª edição do Congresso de Meios Eletrônicos de Pagamento (CMEP).
Durante uma retrospectiva sobre o mercado de pagamentos, Campos Neto enfatizou o desempenho deste segmento no Brasil.
“O mercado de meios de pagamentos tem apresentado um impressionante crescimento de dois dígitos”, afirmou, acrescentando que a queda, vista no início na pandemia, foi natural e seguida de um maior uso dos cartões, principal meio de pagamento no País.
O economista lembrou ainda que o BC fez um esforço para avançar com modalidades de crédito que contribuem para gerar inclusão financeira no Brasil. Um dos exemplos citados por Campos Neto foi o Pix, ferramenta de pagamento instantâneo lançada em novembro do ano passado.
(Com informações do Estadão Conteúdo)