Ibovespa é pressionado por exterior e abre em leve queda
O Ibovespa abriu em leve queda nesta quinta-feira (25) pressionado pelo mau humor no exterior. O mercado futuro dos índices norte-americanos inverteu para queda, trazendo a Bolsa brasileira para o campo negativo, sobretudo por conta do avanço da pandemia e expectativa pela guinada da inflação.
Por volta das 10h29, o Ibovespa caía 0,04%, abaixo dos 112.019 pontos. No âmbito interno, chama atenção a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) e, no mundo corporativo, a indicação do novo presidente da Eletrobras (ELET3).
Após registrar 2.244 mortes nas 24 horas anteriores à última quarta-feira (24), o Brasil ultrapassou a marca de 300 mil vítimas fatais pelo coronavírus. Segundo secretárias estaduais, o número de ontem conta com uma subnotificação mais intensa de mortes, por conta da alteração formulário de preenchimento de dados sobre mortes requisitado pelo Ministério da Saúde.
Após fortes críticas da socidade civil e da imprensa, a pasta recuou. O novo ministro da Saúde, o cardiologista Marcelo Queiroga, disse que não determinou as mudanças: “Não sou maquiador, sou médico”.
No exterior, os investidores digerem as informações transmitidas pelo presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, na última quarta. Ele disse não estar preocupado com o recente aumento nos rendimentos das Treasuries de 10 anos, que subiram até 1,730% na semana passada.
O chairman da autarquia afirma que a autoridade monetária continuará apoiando a economia até que o mercado de trabalho dê mais sinais de recuperação. Caso a inflação comece a incomodar, o BC norte-americano terá as ferramentas necessárias para controlar o aumento de preços.
Ainda no âmbito internacional, os temores com o vírus continuam e os principais índices operam em terreno negativo na Europa. O mercado fica de olho na reunião virtual entre os líderes da União Europeia, onde serão discutidas possíveis restrições às exportações de vacinas na região.
O IPCA-15 subiu 0,93% em março, após registrar alta de 0,48% em fevereiro de 2021, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta. É o maior resultado para um mês de março desde 2015, quando o índice foi de 1,24%.
No front corporativo, o dia deve ser agitado. Além da indicação do novo presidente da Eletrobras, quatro membros da diretoria da Petrobras (PETR4) informaram ao conselho da empresa que não têm interesse em renovar seus mandatos.
“A postura do Poder Executivo exacerba rusgas entre suas diretrizes e as formas de pensar das opções selecionadas por consultoria especializada. Apesar de considerarmos o evento extremamente negativo do ponto de vista da governança, fato do novo CEO ter postura pró-privatização e boa circulação política pode mitigar os efeitos negativos provenientes da escolha”, diz a Ativa Investimentos sobre a mudança na Eletrobras.
No mercado de commodities, a cotação do petróleo tem correção e recua nesta quinta. Ontem, o preço dos barris decolaram após um meganavio encalhar no Canal de Suez, via que conecta o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho, e causar um grande congestionamento de navios. Hoje, as tentativas de liberação do navio continuam.
Destaques do Ibovespa
Confira as maiores altas e maiores baixas as empresas que fazem parte do Ibovespa, por volta das 10h35:
- Pão de Açúcar (PCAR3): +3,09%
- JBS (JBSS3): +2,65%
- Eletrobras ON (ELET3): +2,17%
- Carrefour (CRFB3): +1,66%
- Eletrobras PN (ELET6): +1,51%
- Braskem (BRKM5): -1,63%
- Petrobras (PETR4): -1,75%
- PetroRio (PRIO3): -1,82%
- CCR (CCRO3): -1,87%
- Iguatemi (IGTA3): -1,94%
Bolsas internacionais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa agora:
- Nova York (S&P 500) futuro: -0,45%
- Londres (FTSE 100): -1,05%
- Frankfurt (DAX 30): -0,96%
- Paris (CAC 40): -0,78%
- Milão (FTSE/MIB): -0,61%
- Hong Kong (Hang Seng): -0,06% (fechada)
- Xangai (SSE Composite): -0,10% (fechada)
- Tóquio (Nikkei 225): +1,14% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
Da mesma forma que o Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última quarta com uma baixa de 1,06%, a 112.064,19 pontos.