Petrobras (PETR4) assina contrato de venda da RLAM

A Petrobras (PETR4) assinou na noite desta quarta-feira (24) o contrato de venda da RLAM e de seus ativos logísticos para o grupo Mubadala Capital, fundo de investimentos dos Emirados Árabes, por um total de US$ 1,65 bilhão.

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O contrato, segundo o fato relevante publicado pela Petrobras, prevê ajustes no valor da venda em função do capital de giro, dívida líquida e investimentos até o fim da transação. Para ser finalizada, o processo precisa, dentre outras condições, ser aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A venda da RLAM, e o valor pago por ela pelo Mubadala, esteve no centro de uma polêmica nos últimos dias. O senador Jean-Paul Prates (PT), enviou ao conselho de administração da estatal e ao Cade um ofício alertando que a venda da refinaria na Bahia estava sendo feita sem transparência e por um preço abaixo do esperado – e que os envolvidos poderiam pagar por isso.

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Petrobras afirma que venda de RLAM cumpre todos preceitos

A Petrobras saiu em defesa da operação, afirmando que o valor do acordo flutua de acordo com algumas variáveis, incluindo projeções do mercado, preços do petróleo Brent, das margens de refino e da taxa de câmbio

“Em todos os processos de venda de ativos, a Petrobras estabelece uma faixa de valor que norteia a transação e considera as características técnicas, de produtividade e o potencial de geração de valor do ativo em diferentes cenários corporativos de planejamento”, afirmou o documento.

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A Petrobras afirma que a venda da RLAM atende ao termo de compromisso firmado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e que está alinhada às resoluções do Conselho Nacional de Política Energética. Além disso, o processo teria sido validado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Até o fim da transação, a Petrobras manterá a operação na RLAM e, posteriormente, ainda auxiliará o Mubadala Capital nas operações durante um período de transição, sob acordo de prestação de serviço, para evitar uma interrupção operacional.

Para XP, valor da transação é negativo

Os analistas Gabriel Franscico e Maira Maldonado, da XP Investimentos, definiram o valor final da venda da RLAM como negativa. “A operação ocorreu em um últiplo de 3,1x EV/Ebitda, abaixo da nossa expectativa mais pessimista de 6,7 x e abaixo dos múltiplos atuais que as ações da Petrobras negociam de 4,8x em 2021-22”, afirmam.

Segundo a XP, o baixo preço pode ser reflexo do desinteresse de investidores pelo ativo, podendo este ser causado pela necessidade de renovação da RLAM, mas também pela maior percepção de que o governo pode interferir na política de preços da Petrobras, impactando o segmento de refino.

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Vitor Azevedo

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