Petrobras (PETR4) aprova venda da refinaria RLAM por US$ 1,65 bi
O Conselho de Administração da Petrobras (PETR4) aprovou nesta quarta-feira (24) a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) e seus ativos logísticos associados, na Bahia, para a Mubadala Capital pelo valor de US$ 1,65 bilhão.
A Petrobras informou ainda que a assinatura do contrato de compra e venda ocorrerá em breve, sem especificar a data.
“O contrato prevê ajustes no valor da venda em função de variações no capital de giro, dívida líquida e investimentos até o fechamento da transação, e que a operação está sujeita ao cumprimento de condições precedentes, tais como a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE)“, informa documento divulgado pela estatal.
A refinaria será a primeira dentre as oito que estão em processo de venda a ter o contrato assinado, de acordo com a petrolífera.
“O processo de desinvestimento da RLAM teve início em maio de 2019, há, portanto, 23 meses aproximadamente e seguiu rigorosamente a Sistemática de Desinvestimentos aprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU)”.
O CEO da companhia, Roberto Castello Branco, comentou: “Hoje é um dia muito feliz para a Petrobras e o Brasil. É o começo do fim de um monopólio numa economia ainda com monopólios em várias atividades”.
“O desinvestimento da RLAM contribui para a melhoria da alocação de capital, redução do ainda elevado endividamento e para iniciar um processo de redução de riscos de intervenções políticas na precificação de combustíveis, que tantos prejuízos causaram para a Petrobras e para a própria economia brasileira. A transação satisfaz sem dúvida os melhores interesses dos acionistas da Petrobras e do Brasil”, concluiu.
Sobre a RLAM
A RLAM, localizada em São Francisco do Conde no estado da Bahia, possui capacidade de processamento de 333 mil barris/dia (14% da capacidade total de refino de petróleo do Brasil).
Seus ativos incluem quatro terminais de armazenamento e um conjunto de oleodutos que interligam a refinaria e os terminais totalizando 669 km de extensão.
Petrobras esclarece venda da refinaria RLAM e defende processo
Também nesta quarta-feira (24), a Petrobras veio a público, através de comunicado ao mercado, defender o processo de venda da RLAM, que anda sendo alvo de ataques por, supostamente, estar saindo abaixo do preço recomendado.
Segundo a companhia, o valor flutua de acordo com, por exemplo, as projeções de mercado, com a última revisão tendo acontecido em 25 de novembro de 2020. Entre as variáveis levadas em conta nesses cálculos estão o preço do petróleo Brent, as margens de refino e a taxa de câmbio entre o Real e o dólar.
“Em todos os processos de venda de ativos, a Petrobras estabelece uma faixa de valor que norteia a transação e considera as características técnicas, de produtividade e o potencial de geração de valor do ativo em diferentes cenários corporativos de planejamento”, afirma o documento.
Segundo a Petrobras, a venda da RLAM atende ao termo de compromisso firmado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), está alinhada às resoluções do Conselho Nacional de Política Energética e foi validada pelo Tribunal de Contas da União.
4 dos 8 diretores da Petrobras pedem para sair
Mais tarde nesta quarta-feira, quatro dos principais diretores da estatal petroleira disseram não ter interesse em renovar seus mandados. O comunicado vem pouco mais de um mês após a ingerência do presidente Jair Bolsonaro no comando da companhia.
Segundo fato relevante da Petrobras enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quarta-feira (24), os executivos:
- Andrea Almeida (Diretora Executiva Financeira e de Relacionamento com Investidores);
- André Chiarini (Diretor Executivo de Comercialização e Logística);
- Carlos Alberto Pereira de Oliveira (Diretor Executivo de Exploração e Produção);
- e Rudimar Lorenzatto (Diretor Executivo de Desenvolvimento da Produção);
comunicaram que não têm interesse de renovar seus respectivos mandatos para um novo período. Esses são quarto dos oito diretores da Petrobras.