Pão de Açúcar (PCAR3) esclarece alta de 30% em duas semanas à CVM
Após forte volatilidade de suas ações nos últimos dias, o Pão de Açúcar (PCAR3) foi questionado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela B3 sobre as razões pelas quais as oscilações atípicas podem ter acontecido. No saldo dos últimos 11 pregões, a empresa subiu 29,81%.
Em comunicado ao mercado, o Pão de Açúcar disse que “não tem conhecimento de nenhum fato ou ato relevante que justifique as últimas oscilações registradas com as ações de emissão da companhia, o número de negócios e quantidade negociada”.
A companhia também afirmou que não há qualquer fato que não tenha sido devidamente divulgado ao mercado ou que não seja de conhecimento público que possa ter justificado a movimentação de referidas ações nos dias mencionados pela autarquia. Os pregões mencionados pela CVM são:
Dia | Oscilação | Volume (milhões) |
8/3 | -0,26% | R$ 196,23 |
9/3 | 3,71% | R$ 217,68 |
10/3 | 4,76% | R$ 284,90 |
11/3 | 0,28% | R$ 159,54 |
12/3 | 0% | R$ 83,63 |
15/3 | 0,4% | R$ 218,38 |
16/3 | -1,24% | R$ 88,18 |
17/3 | 0,85% | R$ 150,80 |
18/3 | 0,4% | R$ 84,03 |
19/3 | 14% | R$ 329,32 |
“Cabe ressaltar que as ações de emissão da companhia vêm sofrendo volatilidade, em razão de ajustes de mercado na cotação das ações da companhia, desde a cisão do Assai (ASAI3), cujas ações passaram a ser negociadas separadamente em 1º de março”, pontua a empresa.
Ontem, as ações do Pão de Açúcar também tiveram alta volatilidade. Após iniciarem o pregão com uma alta de quase 10%, diminuíram o apetite e chegaram a subir somente 1% no início da tarde. No fechamento do pregão, os papéis haviam subido 5,05%, a maior alta do Ibovespa no dia.
Especulação por desinvestimento atinge ações do Pão de Açúcar
Para agentes do mercado, as oscilações dos papéis da empresa tem justificativa: rumores da venda da participação na Cnova, braço de e-commerce da empresa, peli Casino, grupo francês controlador do GPA.
Segundo a Bloomberg, que cita pessoas a par do assunto, o Casino avalia reduzir sua participação na empresa, a qual o Pão de Açúcar possui uma posição de 34%. Ainda conforme a reportagem, apesar do Casino enxergar o e-commerce como parte fundamental de sua estratégia e planejar manter o controle da unidade, poderia vender uma parte de sua participação.
A concretização do desinvestimento no ativo, vista antes com um “entrave de liquidez”, nas palavras da XP Investimentos, animou os investidores. De acordo com a corretora, a participação do Pão de Açúcar no negócio é avaliada em R$ 5,4 bilhões.