Dólar cai com Copom, mas segue pressionado com cenário de pandemia
O dólar permanece em queda na tarde desta quinta-feira (18) com o foco ainda na decisão monetária do Banco Central do Brasil (BC) em elevar a taxa básica de juros (Selic) de 2%, mínima histórica, para 2,75%.
Além de elevar a taxa, o Conselho de Política Monetária (Copom) ainda sinalizou que um novo aumento de 0,75 ponto percentual pode acontecer na próxima reunião. Ademais, o Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos) não alterou sua taxa e manteve entre 0% e 0,25%. Com isso, às 14h40, o dólar seguia menos pressionado e tinha queda de 0,49%, negociado a R$ 5,55.
A tendência do Banco Central, segundo o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, é de tentar conter a volatilidade do câmbio.
“O BC mudou a taxa de juros, saindo da subidas tradicionais de 0,25% a 0,50% para 0,75%, então o mercado já começou a precificar a decisão e a moeda norte-americana demonstra queda com essa decisão. A tendência do governo é tentar manter o dólar mais baixo e tirar essa pressão sobre a inflação gradativamente, com medidas como reforma administrativa e outras reformas, para atrair um pouco mais de fluxo de dólar para o Brasil“, disse Velloni.
Apesar de todas as movimentações monetárias aliviarem o dólar, o economista-chefe aponta que a situação de pandemia no Brasil não dá abertura para que a moeda tenha uma queda mais acentuada.
“Não cai ainda mais devido à incerteza da pandemia e ainda vai demorar tempo para o mercado assimilar o quanto essa crise sanitária vai pressionar a economia e como será o crescimento econômico do Brasil durante o ano de 2021″, analisou o Velloni.
Na quarta-feira (18), o País voltou a registrar recorde em números de óbitos por covid-19. Ontem pela primeira vez a média móvel de mortes causadas pelo coronavírus ultrapassou 2 mil vítimas — o índice chegou a 2.031 óbitos, o mais alto de toda a pandemia.
A situação alarmante tem causado colapso nos sistemas de saúde. Algumas regiões como Mato Grosso e Minas Gerais registraram falta de leitos de UTIs em algumas cidades.
Segundo o site G1, cerca de 10,7 mil pessoas já receberam a primeira dose da vacina, valor equivalente a 5,06% da população brasileira.
Última cotação do dólar
Na última sessão, quarta-feira, o dólar encerrou o pregão em queda de 0,59% negociado a R$ 5,586.