Ibovespa opera em leve queda, digerindo resultados corporativos; IRB Brasil (IRBR3) sobe 5%
Digerindo a mudança do rumo da taxa básica de juros da economia (Selic), o Ibovespa opera em leve queda no início da tarde desta quinta-feira (18). O mercado tem digerido resultados corporativos divulgados nesta semana, com destaque para algumas ações.
Por volta das 13h20, o Ibovespa caía 0,12%, a 116.417 pontos. O destaque do dia fica por conta do IRB Brasil (IRBR3), que avança 5%. O setor de resseguros vai na onda da perspectiva de um ciclo de alta da taxa de juros. Ontem, o Copom elevou a Selic em 0,75%, mais do que esperado pelo mercado.
Atento ao cenário base para a inflação e a fatores de risco, o colegiado do Banco Central adotou um tom hawkish em sua primeira reunião enquanto autoridade monetária autônoma. O grupo liderado pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, abriu caminho para mais uma elevação de 0,75%.
O mercado também fica de olho no mau humor dos mercados nos Estados Unidos. Enquanto as bolsas asiáticas e europeias sobem colocando em dia o otimismo com a continuidade de compras do Federal Reserve (Fed), os investidores norte-americanos seguem preocupados com a pressão inflacionária no país.
Nesta quinta, as Treasuries, títulos do Tesouro norte-americano, dispararam após o discurso do BC estadunidense. Enquanto os papéis de 10 anos operam na máxima histórica, acima de 1,74%, os de 30 anos ultrapassam os 2%. O peso concentrado nas ações de tecnologia, com a Nasdaq no vermelho.
“Compreendemos que esta dinâmica deverá se manter, uma vez que o Fed não deverá alterar sua postura, pois seu arcabouço de política monetária prescreve, no atual momento, a manutenção de uma postura ultra estimulativa”, diz a corretora Guide em relatório a clientes.
O que sobe e o que cai no Ibovespa
- IRB Brasil (IRBR3) chega a subir quase 6%, puxado pelo movimento de alta da Selic. SulAmerica (SULA11), estende os ganhos de quase 10% de ontem, com um avanço de 3,6%;
- B3 (B3SA3) sobe 4,21%, ainda com a percepção de um movimento positivo para o mercado de capitais;
- Bancos visam maior spread bancário com uma taxa de juros maior, fazendo com que Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) subam quase 3%;
- Varejistas caem com a expectativa de menor disponibilização de crédito na economia. B2W (BTOW3), Lojas Americanas (LAME4) e Magazine Luiza (MGLU3) caem mais de 2%;
- PetroRio (PRIO3) cai 2,8% com mais uma queda do preço do barril Brent e maior estocagem da commodity nos Estados Unidos.
A YDUQS (YDUQ3) abriu o pregão em forte queda, mas inverteu o sentido e opera estável nesta tarde. A companhia revelou seus resultados do quarto trimestre do ano passado na última quarta.
O resultado, na visão da Guide, foi levemente negativo. “A queda na base de alunos do FIES, aumento das despesas comerciais, aumento das despesas gerais e administrativas e ainda uma piora do resultado financeiro, acabaram compensando os efeitos positivos e tornando o trimestre menos favorável a companhia.”
No entanto, a corretora mantém a visão otimista para a companhia. “Apesar do momento complicado para o setor, acreditamos que a YDUQS é a companhia com maior potencial para uma rápida recuperação, ainda que o primeiro semestre seja negativo, seguindo a tendência do cenário.”
Última cotação
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última quarta com uma alta de 2,22%, a 116.549 pontos.
