Ibovespa opera em leve baixa, com declarações de Copom e Fomc no radar
O Ibovespa deu início aos trabalhos em leve queda nesta quarta-feira (17). O dia é marcado pelo fim das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), na tradicional Super Quarta.
Por volta das 10h30, o Ibovespa caía 0,21%, próximo dos 113.784 pontos. Ambas as autoridades monetárias determinarão o rumo das taxa de juros e devem apresentar as perspectivas de inflação e retomada da economia.
Por aqui, o mercado espera uma elevação de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros da economia (Selic), no primeiro aumento desde junho de 2015. As preocupações giram em torno da pressão inflacionária no País, sobretudo de alimentos e combustíveis — resultado da força das commodities e desvalorização do real frente ao dólar.
Todavia, o provável aumento faz com que outra preocupação seja trazida à conversa. Hoje, a dívida pública federal do País gira em torno de R$ 5,05 trilhões, sendo que 35% está ligada à taxa de juros pós-fixada.
Em dia de decisão importante para a retomada da atividade no País, o Ministério da Economia manteve em 3,2% sua expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. A informação foi divulgada nesta quarta pela Secretaria de Política Econômica da pasta, através do Boletim Macrofiscal.
Nos Estados Unidos, os investidores aguardam a manutenção da taxa de juros referencial entre 0% e 0,2%, com a continuidade da compra de títulos. A preocupação no Hemisfério Norte também se refere ao aumento generalizado de preços na economia — o que faz com que a curva de juros fique inclinada.
O rendimento das Treasuries, títulos do Tesouro dos Estados Unidos, volta a subir nesta manhã. Os papéis de 10 anos operam a 1,653%, contra 1,621% da última terça. Há seis meses, esse mesmo título era negociado a 0,689%. Um aumento desse título tira a atratividade de ativos de risco, como ações. Os mercados pregam cautela nesta manhã.
“Todas as bolsas globais mostram uma tendência de queda nesta manhã. Essa cautela tem relação com o temor pela inflação e retomada econômica” diz o economista do banco BV, Roberto Padovani.
“Por aqui, a decisão do Copom é difícil. Por um lado, há a pressão inflacionária e preocupação com desancoragem dos mercados por conta da crise de confiança; por outro, a economia ainda está fraca para um aumento dos juros”, diz. O BV estima que o comitê eleve a taxa em 0,5 ponto percentual.
Destaques do Ibovespa
Confira as maiores altas e maiores baixas as empresas que fazem parte do Ibovespa, por volta das 10h35:
- Cosan (CSAN3): +1,78%
- CSN (CSAN3): +1,19%
- Rumo (RAIL3): +1,04%
- Suzano (SUZB3): +1%
- Metalúrgica Gerdau (GOAU4): +0,86%
- Hapvida (HAPV3): -1,95%
- Intermédica (GNDI3): -1,98%
- EcoRodovias (ECOR3): -2,04%
- Eneva (ENEV3): -2,07%
- YDUQS (YDUQ3): -3,22%
Mercados globais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa agora:
- Nova York (S&P 500) futuro: -0,37%
- Londres (FTSE 100): -0,60%
- Frankfurt (DAX 30): -0,03%
- Paris (CAC 40): -0,12%
- Milão (FTSE/MIB): -0,10%
- Hong Kong (Hang Seng): +0,02%
- Xangai (SSE Composite): -0,03%
- Tóquio (Nikkei 225): -0,02%
Última cotação do Ibovespa
Da mesma forma que o Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última terça com uma queda de 0,72%, a 114.018,78 pontos.
