Dólar tem queda, a R$ 5,60, com investidores monitorando novo ministro
O dólar permanece em queda na tarde desta terça-feira (16) com a atenção dos investidores voltada para a alteração do líder do Ministério da Saúde. Trata-se do quarto ministro a comandar a pasta desde o início da pandemia. A mudança acontece diante da crise sanitária com cidades anunciando novas medidas de restrições e colapso dos sistemas de saúde do País.
Por volta das 16h, a moeda norte-americana tinha queda de 0,16%, negociado a R$ 5,60. Na máxima do dia, às 9h07, o dólar era negociado a R$ 5,62. O mercado adota postura de cautela com o novo ministro.
De acordo com o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, os investidores acreditam que o cardiologista e novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, seja uma pessoa mais técnica para assumir à frente da pasta em meio a situação de pandemia do Brasil. No entanto, a indicação não foi feita pelo Congresso mas pelo filho do presidente Jair Bolsonaro, o que deve repercutir na política.
“Os investidores ainda acompanham a indicação do novo ministro da Saúde que não foi feito pela Câmara dos Deputados, mas pelo filho do presidente. O mercado está atento como isso se dará na política”.
Segundo a publicação do jornal Folha de S.Paulo, a escolha do ministro indicado por Flávio gera insatisfação no centrão, base de Bolsonaro. Ao escolher Queiroga, o presidente ignorou as sugestões do presidente da Câmara, Arthur Lira.
“Mas ao mesmo tempo essa mudança acabou agrando um pouco o mercado, porque cria uma expectativa de uma pessoa mais técnica no cargo que consiga abrandar os efeitos da pandemia no Brasil. Nos últimos dias o País está sofrendo com uma crise de expectativa de como será o crescimento com uma piora acentuada da pandemia”, analisou Velloni.
Além dos desdobramentos políticos, os investidores estão à espera da decisão monetária do Banco Central (BC) sobre a taxa básica de juros (Selic).
O Comitê de Política Monetária (Copom) deve se reunir entre hoje e amanhã. Os especialistas apostam em uma alta de 0,5%, ou seja de 2% ao ano para 2,5%.
“Os investidores estão também na expectativa pelo Copom, que já se tem uma expectativa de alta da Selic, visto que temos cenário de baixo crescimento com uma pressão inflacionária que pressiona a moeda norte-americana e os preços dos combustíveis. Então o mercado está atento ao posicionamento do BC para a contenção desta pressão”.
Exterior tranquilo após aprovação do pacote de estímulos
Já o mercado internacional está mais calmo desde que o pacote de estímulos dos Estados Unidos de US$ 1,9 trilhão foi aprovado. A expectativa é para a decisão monetária do Banco Central dos EUA (Federal Reserve, Fed) sobre a taxa de juros.
“Hoje o que o mercado mais espera ver é a decisão do Fed em relação a taxa de juros. O mercado já prevê uma estabilidade mas, para o médio e longo prazo, há uma expectativa de alta, visto que começa surgir uma pressão inflacionária nos Estados Unidos”, apontou o economista-chefe.
O Comitê de Mercado Aberto (FOMC) do Fed se encontra entre hoje e amanhã. Após as reuniões, o banco divulgará sua decisão a respeito das taxas de juros e a perspectiva para o futuro.
“O mercado internacional deu uma estabilizada após a aprovação do pacote de estímulos, está muito mais calmo em comparação com o Brasil”, disse Velloni
Última cotação do dólar
Na última sessão, segunda-feira (15), o dólar encerrou o pregão em alta de 1,43%, a R$ 5,63.