Com agronegócio forte, Brasil pode se tornar o maior exportador de grãos, diz Embrapa
Com a força do agronegócio, o Brasil pode se tornar o maior exportador de grãos do mundo em até cinco anos. A estimativa é da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que prevê a ampliação do abastecimento brasileiro ao âmbito mundial, que já atinge 800 milhões de pessoas.
De acordo com a companhia, a participação do agronegócio brasileiro no mercado de alimentos cresceu 385% em 10 anos, saindo de US$ 20,6 bilhões para US$ 100 bilhões. O retrospecto positivo abre possibilidade para que o País ultrapasse os Estados Unidos e se torne o maior exportador do segmento.
“Olhando os dados dos últimos 20 anos (2000 a 2020), a produção brasileira de grãos cresceu 210%, enquanto a mundial aumentou 60%, O Brasil é o quarto produtor mundial, mas o segundo exportador de grãos”, disse Elisio Contini, pesquisador científico da Embrapa, à Agência Brasil. A atuação do Brasil no mercado de alimentos se destaca pelos seguintes itens:
- Carne;
- Soja;
- Milho;
- Algodão;
- Produtos florestais.
O Estados Unidos exportaram 138 milhões de toneladas ao longo do ano passado. O Brasil vem logo atrás, em segundo lugar, com 122 milhões de toneladas.
“Nos próximos 5 anos o Brasil deverá superar os Estados Unidos em exportação. E até 2050 a produção brasileira de grãos poderá superar os 500 milhões de toneladas, sendo ainda mais importante para a segurança alimentar do mundo”, afirmou Contini na entrevista.
Estudo da Embrapa reafirma importância do agronegócio
A projeção da Embrapa tem como base o estudo “O Agro brasileiro alimenta 800 milhões de pessoas”, divulgado recentemente pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da empresa.
O especialista salienta que a contribuição brasileira para a alimentação das pessoas é expressa de forma direta e indireta. Isso acontece porque parte da produção de milho e soja é destinada a alimentação de gado e, naturalmente, a produção de carne e leite.
“A produção de grãos, de 2011 a 2020, cresceu no Brasil 5,33% ao ano, enquanto a do mundo em 2,03% ao ano. Isto significa que o Brasil cresceu mais do que o dobro do mundo”, disse Contini.
Para ele, existem tecnologias com potencila para elevar ainda mais a produção nacional, como sementes melhoradas, maquinário de melhor qualidade, sistemas de produção eficientes, insumos adequados, entre outros.
“Falta-nos melhoria na infraestrutura e marketing dos nossos produtos. A solução para a questão ambiental é vital para as nossas exportações”, conclui.
O agronegócio brasileiro cresceu 24,3% em 2020, e responde por mais de um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) do País, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).