Mercado Livre (MELI34) foca em logística, mas não espera por Correios

De olho na concorrência, o Mercado Livre (MELI34) acelerou os investimentos para 2021. A companhia pretende investir R$ 10 bilhões em logística, uma de suas três frentes de negócio. Com a ampliação do escopo da empresa, o número de funcionários pode dobrar, saindo de 5 mil para 10 mil até o fim do ano.

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Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Stelleo Tolda, presidente do Mercado Livre para a América Latina também disse que a companhia focará em “solucionar, facilitar e agilizar a entrega das vendas dos clientes”, após um forte crescimento na área financeira e no shopping virtual em 2020.

Uma das dúvidas que surgem durante esse processo de investimento em logística é se o Mercado Livre estaria interessado nos Correios em uma eventual privatização. Segundo Tolda, a estatal “não é pensada na eficiência que buscamos”. “Como brasileiros e grandes usuários do serviço, queremos que ele melhore sempre, mas nosso modelo é outro”, afirma o executivo.

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A maior atenção dada ao Mercado Envios, nome da área de logística, é refletida justamente na relação com os Correios nos últimos anos. Se até 2017 cerca de 95% das entregas do Mercado Livre eram feitas pelo serviço estatal, hoje essa proporção caiu para 5%. Não é incomum vermos os furgões amarelos do Meli rodando nas grandes capitais do País.

A ideia da gigante do e-commerce é transformar o Mercado Envios assim como ocorreu com o Mercado Pago, área de serviços financeiros da empresa.

Criado para solucionar os problemas dos vendedores parceiros, o braço financeiro demorou 10 anos para formar uma robustez suficiente para ser relevante dentro da plataforma. Hoje, possui a autorização do Banco Central (BC) para criar carteiras digitais e processar pagamentos. Os caminhos trilhados podem ser similares.

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ESG importa para o Mercado Livre

Em janeiro deste ano, a filial brasileira da companhia levantou US$ 400 milhões (cerca de R$ 2,22 bilhões) em green bonds no exterior, em mais um passo às premissas ESG (que priorizam aspectos embientais, sociais e de governança corporativa).

Trata-se de títulos de dívida que pagam menos aos investidores do que os papéis convencionais, mas se espera mais investimentos em inclusão financeira, mobilidade sustentável, eficiência energética, capacitação por meio da educação e desenvolvimento social.

Como parte desses compromissos, nesta semana foi anunciado um programa de regeneração e conservação de biomas da América Latina. As atividades serão realizadas em parceria com The Nature Conservancy, o Instituto de Pesquisas Ecológicas e a empresa de monitoramento de emissões de carbono Pachama.

O intuito é ajudar na conservação de biomas desde a Amazônia brasileira até as Selvas Úmidas do México. O investimento inicial previsto, segundo o Mercado Livre, é de R$ 45 milhões, em duas iniciativas ligadas à Mata Atlântica.

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Jader Lazarini

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