Banco do Brasil (BBAS3) engata baixa de 4,92% com ruído envolvendo André Brandão

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) aceleraram as perdas no pregão desta sexta-feira (26) após o noticiário corporativo reportar que André Brandão estaria pretendendo deixar a presidência da estatal.

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Há apenas cinco meses no cargo, o presidente do Banco do Brasil tem sinalizado a pessoas próximas que quer deixar o comando da instituição, após ter sido alvo de ameaças de demissão por parte do presidente da República, Jair Bolsonaro, mostrou o Broadcast.

Os rumores quanto à sua possível saída pesaram nas ações do banco, que apresentaram queda de 4,92% na tarde desta sexta-feira, para R$ 28,05.

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Desde o início do ano, André Brandão tem passado por um processo de fritura por parte do Palácio do Planalto. A crise começou com o anúncio de reestruturação no Banco do Brasil, com medidas que envolvem o fechamento de 112 agências e o desligamento de 5 mil funcionários, por meio de programas de demissão voluntária.

À época, Bolsonaro foi pressionado por parlamentares em razão do plano do banco e, com receio de desgastes políticos, ameaçou demitir Brandão. O executivo, contudo, foi salvo pela equipe econômica do governo, liderada pelo ministro Paulo Guedes, que reuniu esforços para manter Brandão, chamado para assumir o banco justamente com a missão de tocar uma agenda de desinvestimentos e de enxugamento da estrutura.

Superado esse momento inicial, Brandão disse em coletiva de imprensa, para comentar os resultados mais recentes do banco, que tudo não havia passado de um problema de comunicação. Ele contou que não chegou a se reunir com Bolsonaro, mas afirmou que o presidente parecia ter compreendido o plano. Disse ainda que pretendia se reunir com o presidente, para explicar as medidas, assim que a agenda de Bolsonaro permitisse.

Roteiro se repete

Quando tudo parecia ter voltado aos trilhos, Brandão se viu novamente na berlinda após uma crise iniciada em outra estatal, a Petrobras (PETR4). Insatisfeito com a política de preços da petroleira, Bolsonaro decidiu tirar Roberto Castello Branco do comando da companhia e anunciar para o seu lugar o general da reserva Joaquim Silva e Luna, mais um militar convocado para ocupar um posto de alto escalão.

No último fim de semana, já depois de ter realizado a troca na Petrobras, Bolsonaro indicou que não pararia por aí e que outras mudanças seriam anunciadas em estatais ao longo desta semana. O nome de Brandão, com isso, voltou a ser colocado como um possível demitido, principalmente, pelo Centrão, que está de olho no cargo.

O roteiro se repetiu. As ações da empresa despencaram, com o BB chegando a perder mais de R$ 10 bilhões em valor de mercado, na última segunda-feira, mas nenhum anúncio foi feito. O silêncio foi lido pelo mercado como um respiro. Na quinta-feira (25), o diretor financeiro do Banco do Brasil, Carlos André, teve uma reunião com analistas, que rendeu uma série de relatórios sobre o banco. O temor quanto à saída de Brandão, contudo, foi um dos destaques dos documentos.

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Em uma tentativa de acalmar os ânimos, André Brandão passou a semana em Brasília – geralmente, o executivo despachava de São Paulo. No entanto, ele já teria retornado. Por sua vez, outros integrantes da alta cúpula do BB cancelaram viagens a São Paulo de última hora, reportou o Broadcast.

Segundo fontes, a paciência de André Brandão está perto do fim e a situação para sua permanência é quase que “impossível”. “Há limites em todo processo de fritura”, diz uma fonte próxima à equipe econômica.

O que diz o Banco do Brasil?

Depois de noticiário corporativo ácido nesta sexta-feira, o BB divulgou um fato relevante, enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), dizendo que “não houve pedido de renúncia parte de seu presidente” e “não tem conhecimento das fontes das notícias veiculadas.”

“Fatos adicionais, julgados relevantes, serão prontamente divulgados ao mercado”, completou o Banco do Brasil.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Arthur Guimarães

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