Heineken e Coca-Cola redesenham contrato de distribuição de bebidas no Brasil

A Heineken e a Coca-Cola (COCA34) anunciaram nesta quarta-feira (25) que chegaram a um acordo para redesenhar sua parceria de distribuição de longa data no Brasil, encerrando um processo judicial vigente desde 2019. A ideia, segundo contrato, é dar mais flexibilidade para os dois grupos na estruturação de suas redes de logística já a partir do meio do ano.

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O sistema de distribuição da Coca-Cola continuará a oferecer Kaiser, a Bavaria e a Sol, produtos do Grupo Heineken, e, além disso, complementará o cardápio com a Eisenbahn, cerveja premium da companhia holandesa. A empresa poderá também vender e distribuir outras cervejas e bebidas alcóolicas, até uma certa proporção do portfolio do Grupo Heineken.

A Heineken também poderá explorar outras oportunidades no segmento não alcoólico, utilizando mais o portfólio que adquiriu através da compra da Brasil Kirin, e deve, aos poucos, migrar para uma maior utilização da sua rede de distribuição, o que é considerado um desafio para a empresa no país.

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Entenda o caso Heineken e Coca-Cola

A Heineken comprou a Kaiser, marca criada por distribuidores da Coca-Cola no Brasil, em 2010. Já a Bavaria, antiga subsidiária da Kaiser, foi comprada em 2016 pela companhia holandesa.

Em 2017, a Heineken iniciou suas operações no Brasil e comprou os ativos da Brasil Kirin através da Bavaria. Passou, então, a utilizar a rede de distribuição herdada da empresa brasileira adquirida para distribuir alguns produtos, o que gerou desentendimento com os distribuidores da Coca-Cola, uma vez que as duas companhias possuem um acordo vigente na área desde a década de 90.

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Os engarrafadores da Coca-Cola entraram com um processo arbitral e a Heineken foi obrigada a manter a parceria e ter seus produtos distribuídos pela companhia de refrigerantes até 2022.

Em 2020 a Coca-Cola chegou a acionar a Justiça para pedir o cancelamento da aquisição da Brasil Kirin pela Bavaria, esta controlada pela Heineken, afirmando que a Bavaria seria uma paper company, utilizada pela Heineken apenas para poder deixar de respeitar o direito de exclusividade dos seus distribuidores

O novo acordo será vigente até 2026, com possibilidade de renovação automática, e deve ser ainda aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Para a Heineken, a divisão dos portfólios em dois modelos de distribuição deve permitir que seja dado um foco maior à cada uma das marcas.

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Vitor Azevedo

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