Procurando recuperação, ADRs da Petrobras (PETR4) sobem 5% no pré-market
Os papéis da Petrobras (PETR4) negociados na Bolsa de Valores de Nova York buscam uma recuperação após o tombo histórico de 21% na última segunda-feira (22). Por volta das 9h desta terça-feira (23), as American Depositary Receipts (ADRs) subiam 5%, para US$ 8,37.
As ações da petroleira despencaram desde a última sexta-feira (19), perdendo mais de R$ 100 bilhões em valor de mercado. Os investidores receberam com pessimismo a intervenção do presidente Jair Bolsonaro com a demissão do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.
Os desdobramentos da ingerência na governança da companhia podem custar caro à empresa. A Petrobras pode enfrentar uma nova ação coletiva nos Estados Unidos, aberta pelo escritório do advogado André Almeida.
A saída de Castello Branco, que fazia um bom trabalho na redução do endividamento e desinvestimentos na estatal, na visão do mercado, representa uma “perda de credibilidade“, segundo o UBS e BTG Pactual (BPAC11). A petroleira caminha para o 39º presidente desde 1953 — menos de dois anos para cada executivo não traduz a continuidade necessária para o cargo.
Por volta do mesmo horário, o EWZ, ETF que replica a Bolsa brasileira em Nova York, subia 1,14%. Confira a timeline dos acontecimentos dos últimos dias com a Petrobras.
CVM abriu processo para investigar indicação de militar para a Petrobras
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um processo administrativo envolvendo a indicação do general da reserva Joaquim Silva e Luna por Bolsonaro para a presidência da Petrobras. A investigação foi instaurada no último sábado (20), um dia após a demissão de Castello Branco.
O processo trata da supervisão de notícias, fatos relevantes e comunicados e foi iniciado pela Superintendência de Relações com Empresas (SEP) da autarquia, que deve analisar os fatos recentes envolvendo a petroleira.
De acordo com a normas estabelecidas pela CVM, a União teria de manter o diretor de Relações com Investidores da Petrobras ciente das mudanças. Segundo a autarquia, a assimetria informacional pode trazer prejuízo às decisões de investimento e abrir porta para abusos no mercado.
A abertura de um processo administrativo sobre a Petrobras é o primeiro passo para a apuração de potenciais irregularidades por participantes do mercado de capitais no caso em questão.