Após venda de ativos móveis, Oi (OIBR3) não participará do leilão do 5G
Com a venda dos ativos móveis, a Oi (OIBR3) não participará do leilão do 5G. A afirmação foi feita pelo vice-presidente de Relações Institucionais da operadora, Eduardo Levy, durante a audiência pública promovida pela comissão do 5G da Câmara dos Deputados, que ocorreu na última quarta-feira (10).
Com a unidade móvel da Oi leiloada ao consórcio Vivo (VIVT3), Claro e TIM (TIMS3), não há motivos para a operadora ir em busca de novas radiofrequências. “É importante destacar que a Oi está em processo de venda de sua operação móvel. Logo a Oi não irá participar do leilão do 5G“, afirmou Levy durante a audiência pública ao site Telesíntese.
As grandes operadoras consideram excessivas as regras exigidas pelo edital do leilão do 5G. No entanto, as pequenas concordam com o documento. Já Oi diz que “não tem opinião formada”.
A Tim, Vivo e Claro exigem que o edital seja revisado diante das “obrigações estranhas” impostas. Por sua vez, os provedores pequenos acreditam que o documento possibilita novos entrantes na disputa e a universalização do serviço.
Para a Oi, “é importante que os benefícios de um leilão não arrecadatório sejam transferidos para o consumidor em cobertura e preço. Obrigações sem relação direta com escopo do leilão vão onerar o edital”, completou Levy.
Executivos de grandes operadoras questionam exigências do edital do leilão
As contrapartidas que serão impostas às teles para utilizarem a faixa de 5G foram consideradas excessivas pelas grandes empresas do setor, como Vivo, TIM e Claro. O vice-presidente de Relações Institucionais da Claro, Fábio Andrade, afirmou que “obrigações estranhas” existentes no edital vão drenar investimentos das operadoras.
Ele criticou o fato de que a portaria com as contrapartidas foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) numa sexta-feira, três dias antes da reunião da Anatel em que o voto foi apresentado, e pediu mais tempo para discussão desses termos. “Os prazos estão açodados”, afirmou.
O diretor Institucional da Vivo, Enylson Camolesi, afirmou que as obrigações previstas no edital devem ser revisitadas. “É preciso mais clareza e equilíbrio entre o preço da faixa e as obrigações. A única forma é entendendo melhor as obrigações para que elas não excedam o custo e comprometam a expansão e universalização da rede”, disse.
Outro investimento questionado pelas teles foi a construção de uma rede de fibra ótica de uso exclusivo pelo governo, que, depois, seria entregue para operação da Telebrás. O vice-presidente de Assuntos Regulatórios e Institucionais da TIM, Mario Girasole, questionou a medida e disse que os critérios de segurança que o governo almeja não serão alcançados por uma rede de fibra óptica, mas por criptografia.
Cotação da Oi
Após a notícia por volta das 11h24, os papéis ordinários da Oi tinham alta de 0,98%, negociados a R$ 2,06. Já o Ibovespa apresentava alta de 1,11%, a 119.745,64 pontos.