IPO da Mosaico (MOSI3): aposta no e-commerce explica disparada das ações

A Mosaico (MOSI3) estreou na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) nesta sexta-feira (5). Logo após a abertura do pregão, os investidores observaram o maior pontapé inicial da história da Bolsa brasileira — a empresa quase dobrou de valor.

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Não é todo dia que o mercado tem a chance de ver uma aumento de 96,97% em uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla me inglês). Mas para tudo tem uma primeira vez, e hoje foi o dia da Mosaico.

Na análise de Marcio Loréga, analista técnico da Ativa Investimentos, a maior estreia na história da B3 se deu por causa do acompanhamento entre os investidores da evolução do e-commerce e das plataformas digitais no Brasil. Além disso, os sites Buscapé, Zoom e BondFaro, controlados pela Mosaico, já são plataformas consolidadas e reconhecidas.

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“O mercado vem se acostumando a gostar do e-commerce, que tende a ser uma nova vedete [ativo principal do setor da Bolsa], independente do cenário de lockdown ou não. E, quando olhamos para os sites da Mosaico, vemos como algo já consolidado. A empresa se apresenta como a maior plataforma digital de conteúdo e originação de vendas do comércio eletrônico no Brasil”, disse Loréga.

No topo do topo

A companhia precificou no início desta semana seu IPO em R$ 19,80 por ação, no topo da faixa indicativa. Mas, se na estreia da negociação na B3 os papéis quase dobraram de valor, por que não ter subido ainda mais o preço da operação?

Para Igor Cavaca, analista de investimentos da Warren, a Mosaico “era uma empresa que tinha sido precificada abaixo do que estávamos esperando”. Segundo o especialista, o movimento ecoa um sentimento em curso observado durante a enxurrada de IPOs, de uma demanda reprimida por ativos de risco. A empresa, portanto, teria conseguido romper esse receio.

 

“A Moisaico está em um setor onde a gente ainda tem muito poucos ativos em mercado de Bolsa, e são de fato os ativos que performaram no ano de 2020 lá no mercado internacional”, destacou o analista.

Além disso, “ela ainda tem bastante potencial de expansão tanto da receita quanto de crescimento da empresa como um todo, e isso de forma sustentável”, acrescentou.

A expectativa com a Mosaico

Há ainda outro modo de enxergar a disparada das ações. Na visão de Gustavo Akamine, da Constância Investimento, a Mosaico “é impulsionada, na sua estreia, primeiro pelo fato de que e-commercers, como a companhia, estarem ‘em alta’ entre os investidores, o que eleva o valuation e também causa um medo de ficar de fora, um FOMO (fear of missing out).”

Além disso, a liquidez e a cláusula lock up do processo de abertura de capital acabam por intensificar a dinâmica de mercado e, para Akamine, também aumentando riscos. “Além do risco de execução da empresa, com esses dois fatores, também há um risco de mercado grande”, afirmou.

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De fato, o movimento ecoa outras arrancadas de companhia de tecnologia depois do IPO. “É o caso de Neogrid e Méliuz, que o mercado está olhando com mais carinho. No caso da Mosaico, a alta se repete, sobretudo por conta da exposição ao e-commerce, que está em pleno crescimento no Brasil”, observou uma fonte.

“Na oferta o rateio já havia sido muito forte (de 9,37% sobre a posição reservada para o varejo com lock up), então a disparada após o início do pregão é natural, a demanda pelas ações foi muito grande”, salientou.

As ações da Mosaico fecharam seu primeiro dia em negociação na B3 a R$ 39,00.

(Colaboraram Poliana Santos, Vitor Azevedo e Arthur Guimarães)

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Jader Lazarini

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