Fiocruz e AstraZeneca negociam lote de 15 milhões de doses da vacina
Segundo a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, a instituição negocia a aquisição de mais 15 milhões de doses da vacina da AstraZeneca-Oxford contra o novo coronavírus (Covid-19). A informação foi revelada em entrevista à imprensa no último sábado (23).
As doses, que chegariam prontas, garantiriam a aplicação da vacina até que chegue ao Brasil o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), o que permitirá a produção dos medicamentos em BioManguinhos, da Fiocruz.
“Até que esse gap possa ser superado sempre com o objetivo de trazer de forma mais rápida possível a vacina para nossa população e também de começar a produzir o mais rápido possível”, afirmou Trindade. O lote de 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, que chegou ao País na última sexta-feira (22), teve o início da distribuição no sábado. As doses vieram da Índia.
Segundo a presidente da Fundação, as medidas estão sendo estabelecidas no contrato de encomenda e tecnologia, além do memorando de acordo geral da AstraZeneca para encomenda e depois da transferência de tecnologia, quando todas as etapas serão realizadas em BioManguinhos.
“Isso tudo é contratual. Estaremos recebendo inicialmente 15 milhões de doses”, afirmou, concluíndo ao dizer que há um aceno da biofarmacêutica para antecipar os envios posteriores, que podem chegar a 110,4 milhões de doses do imunizante.
Segundo o diretor de BioManguinhos, Maurício Zuma, o contrato com a AstraZeneca estabelece que a Fiocruz vai receber, mensalmente, insumos referentes a 15 milhões de doses em dois lotes equivalentes a 7,5 milhões de vacinas, com intervalo de duas semanas em cada lote.
Entrega da vacina da Índia atrasou
Na última quarta-feira (20), o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Ernesto Araújo, negou que problemas políticos e diplomáticos estivessem causando o atraso da entrega da vacina vinda da Índia. Inicialmente, a entrega estava prevista para o último domingo (17).
O governo indiano havia suspendido as exportações comerciais da vacina até iniciar seu próprio programa nacional de vacinação, no final da semana passada.
O imunizante da AstraZeneca-Oxford fará parte do Plano Nacional de Imunização, que começou no dia 17, em São Paulo, com 6 milhões de doses da CoronaVac. Na sexta, outras 4,8 milhões de doses da CoronaVac foram aprovadas para uso emergencial no país.
O infectologista do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Estevão Portela, foi o primeiro a receber a vacina da biofarmacêutica no Brasil. A médica pneumologista do Centro de Referência Professor Helio Fraga, da Fiocruz, também foi vacinada.